Ameaçada de ser expulsa do PDT, Tabata diz que votou na reforma por convicção

"Sim que digo à reforma não é sim ao governo e também não é um não a decisões partidárias", relatou na Câmara dos Deputados

Deputada Federal Tabata (PDT) — © Cleia Viana

Deputada Federal Tabata (PDT) — © Cleia Viana

Política — Já era previsto que o PDT iria fechar contra a reforma da Previdência, no entanto, oito de seus parlamentares votaram a favor da reforma. Entre eles esta uma das candidatas cotadas para disputar a prefeitura de São Paulo pelo PDT nas próximas eleições, Tabata Amaral.

Questionado por conta de sua posição favorável a reforma e automaticamente contra a posição de seu partido, Tabata disse que está preocupado no momento com as eleições municipais de 2020.

A reforma que hoje votamos não pertence mais ao governo; ela sofreu diversas alterações feitas por esse mesmo Congresso. O sim que digo à reforma não é sim ao governo e também não é uma decisões partidárias”, disse a deputada.

A parlamentar ainda ressaltou que seu voto a favor da reforma da Previdência era consciente e ainda disse que não estava sendo “comprada” por dinheiro de emendas.

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“É um voto seguindo minhas convicções e tudo que estudei até aqui. Ao tomar essa decisão olho para o futuro do País e não para o próximo processo eleitoral“, ressaltou.

Tabata chegou a divulgar em suas redes sociais um vídeo em que lê um discurso onde afirma sua luta pelos mais pobres.

Não é fácil, não é cômodo escolher esse caminho, mas é absolutamente urgente e necessário”, destacou a deputada logo após dizer que teve coragem de tomar a decisão “dolorosa” por conta do regime da previdência atual “tirar dinheiro de quem menos tem e transferir para os mais ricos”.

“Ser de esquerda não pode significar ser contra um projeto que, de fato, pode tornar o Brasil mais desenvolvido e mais inclusivo. Damos um primeiro passo, aquele que é possível para que a gente possa voltar a crescer de forma fiscalmente responsável para então distribuir renda.

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Ameaçada de expulsão de seu partido de origem PDT, Tabata já teve convite informal de outras legendas partidárias, entre elas o Cidadania partido o qual a candidata tem mais convicções, segundo deputados da legenda.

A deputada foi procurada tanto por Marcelo Calero (RJ) quanto o presidente nacional do partido, Roberto Freire, ambos são ex-ministros da Cultura, e além deles o presidente do diretório em São Paulo, deputado Arnaldo Jardim (SP), também procurou a parlamentar.

Foi feito uma sinalização a ela de que é muito bem vinda, mas estamos respeitando o momento dela, a decisão será dela“, disse o líder da legenda, deputado Daniel Coelho (PE).

Conforme jurisprudência no Tribunal Superior Eleitoral, não cabe ação de perda de mandato por infidelidade partidária se a expulsão for por descumprimento de orientação em votações no Congresso.

Os oito deputados do PDT que votaram a favor da Reforma da Previdência são:

Tabata Amaral (SP), Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO), Gil Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC) e Subtenente Gonzaga (MG).