A Controladoria-Geral da União (CGU) determinou uma punição contra Sérgio Camargo, ex-presidente da Fundação Palmares, após comprovar alegações de assédio moral durante sua gestão. A decisão, publicada em 17 de abril, estabelece a inelegibilidade de Camargo por um período de oito anos, além de proibi-lo de ocupar cargos comissionados ou de confiança no governo federal.
Camargo, que já havia deixado o cargo em 2022, enfrenta agora a destituição formal de suas funções, medida que, para funcionários públicos, é comparável à demissão. Esta ação da CGU segue denúncias feitas em junho de 2021 pelo programa Fantástico, da TV Globo, que inicialmente trouxeram à tona o casos de assédio.
O processo administrativo disciplinar, conduzido pela CGU, identificou múltiplas infrações, incluindo tratamento inadequado a subordinados e demissões de colaboradores terceirizados baseadas em discriminação ideológica. Além disso, Camargo foi acusado de utilizar sua posição para influenciar contratações na fundação de modo impróprio.
Paralelamente às ações da CGU, o Ministério Público do Trabalho (MPT) também investigou Camargo, ouvindo 16 testemunhas, entre ex-funcionários e empregados atuais da Fundação Palmares. Essas investigações culminaram em uma ação civil pública, onde o procurador Paulo Neto classificou as ações de Camargo como perseguição político-ideológica e discriminação, criando um ambiente de trabalho hostil e de medo.
A Justiça, apesar de não afastar Camargo imediatamente na época das investigações, impôs restrições à sua capacidade de fazer nomeações ou exonerações dentro da instituição.
Ele havia negado anteriormente qualquer conduta indevida, alegando que suas ações nunca se enquadraram como assédio moral.