O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello participou de um ato público em favor do presidente Jair Bolsonaro neste domingo (23/05), no Rio de Janeiro. A atitude considerada afrontosa pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, reforçou o desejo de reconvocar o general.
Ao lado do presidente, o ex-ministro esteve em um caminhão de som. Os dois não usavam máscara. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, disse que Pazuello se auto indiciou ao aparecer desprotegido e ter participado de aglomerações.
“(…) O que ele fez hoje é crime contra a saúde, contra regras de conduta do Exército, contra autoridade judicial”, afirmou Randolfe. Já o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), disse que há um requerimento para ouvi-lo novamente, que deve ser apreciado pela CPI na quarta-feira (26).
Senador baiano pelo PSD, Otto Alencar foi um dos primeiros a se manifestar sobre o assunto. Pelo Twitter, ele disse que, enquanto o Brasil continua sofrendo com a Covid-19, Bolsonaro afronta e aglomera. “Pazuello será reconvocado para depor na CPI”, sentenciou o parlamentar.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), por sua vez, disse que Eduardo Pazuello é um “mentiroso assumido” e lembrou que, neste fim de semana, o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi ao Maranhão levar mais testes do novo coronavírus.
“Enquanto isso, o presidente, que já tinha aglomerado maranhenses, espalha vírus no Rio de Janeiro com Pazuello, um mentiroso assumido”. Ainda segundo Renan, “pessoas morrem e o governo se comporta como o cavalo do bêbado, que marcha para todo lado ao mesmo tempo”.
O Comando do Exército deve adotar nesta segunda-feira medidas administrativas e/ou disciplinares contra Pazuello. A decisão sobre alguma sanção, que é dada como quase certa, será anunciada pelo comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.