Política — Em entrevista à Rádio Quilombo, na manhã desta sexta-feira (25), o prefeito Areski Freitas (PMDB) pediu desculpas pelo atraso no pagamento dos servidores inativos e culpou o Governo Federal por não ter repassado os vencimentos. Garantiu, também, que até o final do dia o pagamento será efetuado.
Ao pedir desculpas, o prefeito disse que ‘não tem governante ou prefeito que administre sem dinheiro’, fazendo referencia às dificuldades financeiras enfrentadas pelo município. Acrescentou que ‘sobreviveu e está sobrevivendo’ este mês com recursos vindo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço) do governo do Estado.
“Do Governo Federal não chegou um centavo ainda, por isso também que houve esse atraso que vocês acompanharam. Quero pedir desculpas a todos e dizer que daqui pra frente vai ser prioridade única o salário dos aposentados. Fiquem tranquilos, porque essa folha a gente não atrasa mais”, afirmou Kil.
Areski explicou que há cerca de trinta dias a Procuradoria Geral do Município iniciou um trabalho de averiguação e correção dos benefícios, nos quais foram constatadas diversas irregularidades, entre elas, a de que alguns dos beneficiários estariam recebendo pelo município e pelo INSS.
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“Tudo isso já foi levantado. Houve um corte, que foi uma coisa absurda que foi feita… de todos de uma vez. Eu não concordei com isso, inclusive, eu já vi o resultado disse depois. Depois desse corte foi percebido que foi cortado de gente que tinha direito. Foi um erro. Agora está voltando esse direito para quem tem direito”, frisou o gestor.
“É uma situação delicada, que não é só a questão do pagamento. Este é o mais importante até porque são pessoas que são arrimos de família, são pessoas que já prestaram muitos serviços ao município e que não podem passar dificuldades exatamente agora no momento em que já estão aposentados”, finalizou.
“Não tem um grão de arroz”
Com o atraso do salário, os servidores afirmam estar com dificuldades. Nesta semana, uma aposentada ligou para uma rádio local e contou o drama que tem passado, pois depende totalmente do salário para viver. Conforme relatou à rádio, ela passa por sérias dificuldades financeiras e os servidores já estão em desespero, pois não sabem, de fato, quando vão receber os vencimentos.
“Eu não tenho um centavo, eu não tenho. Eu estava olhando aqui, pois as vezes coloco uma pratinha em um lugar ou em outro, olhando, procurando…. eu não quero nem comentar…”, disse, chorando. “Eu não dormi com tanta dor de cabeça. Mainha levanta, toma banho, mas não tem um grão de arroz”, desabafou.