MP/AL pede interdição de casa de recuperação em Pilar

Homem que dizia ser administrador do local, fazia uso indevido dos cartões de aposentados

(Crédito: Sandro Lima)

(Crédito: Sandro Lima)

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) e a promotoria de justiça do Pilar, ajuizou uma ação com pedido de urgência, para interditar a Comunidade Terapêutica “Centro de Recuperação Acolhido por Cristo”, que fica localizado na Chã do Pilar.

O promotor de justiça Silvio Azevedo disse que a unidade estaria funcionando de forma precária e decadente, colocando em risco a vida dos 11 internos do local. O representante do ministério, que durante uma inspeção juntamente com a Vigilância Sanitária, encontrou diversas irregularidades no local, inclusive a ausência de um administrador

“Encontramos os próprios internos cuidando de si. No local havia idosos, dependentes químicos e psiquiátricos vivendo em condições desumanas. Era preciso o Ministério Público intervir e evitar um mal pior” disse Azevedo. Ainda de acordo com o promotor de justiça, o que foi vistoriado no local pode ser considerada degradante.

Após o MP constatar a precariedade, in loco, acionou a Secretaria Municipal de Assistência Social, que enviou uma equipe do Centro de Referência Assistência Social (CREAS), para que os internos pudessem ser acomodados de imediatos.

Os idosos que estavam no centro de recuperação foram encaminhados para abrigos na cidade de Maceió. Já os dependentes químicos, foram deslocados para o próprio município. “Além do abandono familiar, os internos tinham ainda de sobreviver a ausência de higienização, alimentação irregular. Eles não tomavam banho, as camas eram inadequadas, os quartos e banheiros sujos, não havia geladeira e nem fogão. Ou seja, uma estrutura insalubre que esmagava todos os direitos quando ali a busca era por uma assistência digna” ressalta o promotor de justiça Azevedo.

O senhor Rodrigo Gomes Cortês, que se dizia administrador do centro de recuperação, teve que devolver todos os documentos e cartões de aposentadoria dos idosos a pedido do MPE/ AL. Segundo o promotor, o senhor Gomes Cortês ficava com os cartões de alguns internos, inclusive, recebeu denúncias que o mesmo se apropriava dos cartões para o recebimento da aposentadoria, mas que o dinheiro era utilizado indevidamente.

Ao termino da fiscalização, um ofício foi enviado à Polícia Civil para a instauração de inquérito por maus tratos e abandono de incapaz.