Sem acordo com funcionários, greve dos Correios será definida pela Justiça

A paralisação teve início no dia 18 e é motivada por desentendimentos relacionados à validade do acordo coletivo da categoria

Greve dos Correios será definida pela Justiça — © Henrique Kawaminami

Greve dos Correios será definida pela Justiça — © Henrique Kawaminami

Sem conseguir avanço em um acordo entre a empresa e os trabalhadores, a greve dos Correios terá de ser julgada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A paralisação teve início no dia 18 e é motivada por desentendimentos relacionados à validade do acordo coletivo da categoria.

Nos últimos dias, o vice-presidente do TST, Vieira de Mello Filho, tentou mediar um acordo entre representantes dos trabalhadores e da empresa, mas não obteve sucesso. Ele apresentou uma proposta, que consistia na renovação das 79 cláusulas do acordo atual, sem reajustes.

No fim da última quinta-feira (27/08), os sindicatos e as federações que representam os empregados informaram que aceitavam proposta. A empresa, contudo, só concordou com a manutenção de nove cláusulas, o que desagradou a categoria.

Sem acordo, o processo foi distribuído à ministra Kátia Arruda, que integra a Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do TST, , mas ainda não há data para que isso ocorra. No início da semana, o MPT (Ministério Público do Trabalho) ajuizou pedido para que o tribunal faça a mediação do movimento grevista.

Nota dos Correios

Por meio de nota, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) informou que aguarda o julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho para por fim ao impasse e defendeu que a “empresa não tem mais como suportar as altas despesas” geradas pelo pagamento de benefícios aos funcionários.

“Diante dessa situação, amplamente exposta nos últimos meses, a empresa aguarda o julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho para por fim ao impasse. Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios do seu efetivo”, diz a nota.

A empresa também pediu que os trabalhadores parem a greve. “A empresa confia no compromisso e responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país, promovendo o retorno ao trabalho das pessoas que ainda se encontram em greve, já que a questão encontra-se em juízo e será resolvida pelo TST”.

egundo a empresa, a paralisação afeta até mesmo questões de saúde pública, porque os Correios transportam materiais biológicos, como amostras de sangue. Também afirmam que a greve impacta os negócios de empreendedores de todo país.

Greve dos Correios será definida pela Justiça — © Reprodução