O deputado federal André Janones (Avante-MG) enfrenta uma grave crise política após o pedido de cassação de seu mandato ser encaminhado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
A ação, movida pelo Partido Liberal (PL), acusa Janones de envolvimento em um suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete parlamentar, considerando suas condutas “ilegais e incompatíveis com o exercício da atividade parlamentar”.
O presidente em exercício da Câmara, deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), assinou o documento que formaliza o processo, destacando a gravidade das acusações contra Janones. A oposição na Câmara, além de apoiar o encaminhamento ao Conselho de Ética, também solicitou uma investigação à Procuradoria Geral da República (PGR). O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Luiz Fux, aceitou a denúncia e iniciou um inquérito para apurar as acusações.
Fux autorizou a Polícia Federal (PF) a interrogar Janones, assim como seus assistentes e ex-assistentes parlamentares. O prazo estabelecido para as diligências é de 60 dias. O ministro esclareceu que a abertura do inquérito não representa um julgamento sobre a procedência ou improcedência das evidências, ressaltando a necessidade de investigação aprofundada.
As acusações ganharam destaque após a divulgação de um áudio, gravado em fevereiro de 2019, no qual Janones menciona a intenção de “ajudar a pagar as contas” da campanha à prefeitura de Ituiutaba, em 2016, por meio de pagamentos adicionais a determinadas pessoas. No áudio, o deputado afirma não considerar esse esquema como corrupção.
Diante das acusações, Janones negou veementemente, classificando as alegações como “falsas”. Em uma declaração no ‘X’ (antigo Twitter), o parlamentar reafirmou nunca ter praticado “rachadinha” e ressaltou que jamais recebeu recursos de seus assessores para enriquecimento pessoal.
