Ministro Sérgio Moro nega parcialidade enquanto juiz da Lava Jato

'O que existe é uma tentativa criminosa de invalidar condenações’, afirma Sérgio Moro em audiência nessa terça-feira (2)

'O que existe é uma tentativa criminosa de invalidar condenações’, diz Moro — © Reprodução/Internet

'O que existe é uma tentativa criminosa de invalidar condenações’, diz Moro — © Reprodução/Internet

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou nessa terça-feira (2) que houve “invasão” nos celulares das autoridades para tentar invalidar criminosamente as condenações da Operação Lava Jato. O depoimento fez parte de uma audiência na Câmara que tinha como objetivo ouvir o esclarecimento do ministro sobre os conteúdos das mensagens atribuídas a ele e a procuradores da República.

Na audiência das comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Direitos Humanos e de Trabalho, de Administração e Serviço Público o clima foi tenso e regado de vários bate-bocas entre parlamentares que apoiavam Moro e a oposição.

Mesmo diante de uma discussão que parecia não ter fim, o presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), chegou a anunciar o encerramento da cessão caso os deputados não acalmassem os ânimos.

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No manifesto, os deputados da oposição destilaram várias críticas à conduta do Ministro da Justiça Sérgio Moro quando na época era o juiz responsável pelos processos da Lava Jato.

Em sua defesa, Moro voltou a dizer que desconhece a veracidade das mensagens que foram divulgadas pelo site (The Intercept), e que as conversas do aplicativo Telegram não estão mais arquivadas no celular dele. Com sua narrativa, o mistro continuou ressaltando o que já vinha sendo dito desde que vieram à tona as conversas trocadas com integrantes do Ministério Público Federal (MPF).

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Com a propagação que as mensagens divulgadas pelo The Intercept tomou nos últimos dias, o site dedicou novas reportagens sobre o caso, mostrando supostas mensagens entre Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato.

De acordo com as reportagens do site, o ministro teria orientado a atuação de procuradores da República durante as investigações da operação na Justiça Federal do Paraná. Do outro lado, o ministro e os integrantes do Ministério Público afirmaram não reconhecer o conteúdo das mensagens.

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A meu ver, o que existe é uma tentativa criminosa de invalidar condenações, e o que é pior: a minha principal suspeita é de que [o objetivo] seja evitar o prosseguimento das investigações. Criminosos que receiam que as investigações possam chegar até eles e estão querendo se servir desses expedientes [as invasões e as mensagens] para impedir que as investigações prossigam“, concluiu o ministro na audiência solicitada por parlamentares de três comissões da Câmara.