Ministro Paulo Guedes alega que seu celular foi hackeado

O ministro da economia é a segunda autoridade do governo Bolsonaro a ser alvo de hackers

Ministro Paulo Guedes alega que seu celular foi clonado — © José Cruz

Ministro Paulo Guedes alega que seu celular foi clonado — © José Cruz

Política — O ministro da Economia, Paulo Guedes, alegou na noite dessa segunda-feira (22), que seu celular foi hackeado. Segundo sua assessoria, por volta de 22h30, o telefone de Guedes entrou para o aplicativo de mensagens Telegram; as informações seguintes seriam de que o celular do ministro teria sido clonado.

De acordo com a reportagem do jornal O Globo “Guedes é o segundo ministro do governo a ser alvo de hackers. Antes dele, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, também relatou que seu celular teria sido invadido.”

+ Empreendedores de Alagoas podem ser prejudicados por conta de demissão política

Ainda segundo a matéria, “a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso, também afirmou, no último final de semana, que seu telefone celular foi clonado na madrugada de domingo.”

A tentativa de  invasão trata-se da mesma estratégia usada pelos criminosos que roubaram as mensagens de Deltan Dallagnol. O que levou as investigações da chamada “Vaza Jato”, que vem interrogando o ex-juiz ministro da justiça Sérgio Moro e o procurador.

Para o site ‘O Antagonista’, principal porta voz do ministro da justiça chegou a entrevistar um especialista de segurança da informação para esclarecer as tentativas de invasão nos dispositivos móveis dos ministros.

+ Justiça determina bloqueio e desativação de redes sociais da ONG Pata Voluntária

Pergunta: Qual tipo de ataque pode ter ocorrido no caso dessas autoridades?
Resposta: Do que venho acompanhando, aparecem mais mensagens de dois envolvidos (Deltan e Moro). Por isso, imagino que apenas um tenha sido hackeado. Nesse caso, descarto um malware zero-day (espécie de vírus que consegue achar falhas em aplicativos até então desconhecidas pelos desenvolvedores), porque se tivesse explorado uma vulnerabilidade desse tipo teria comprometido os dois, o juiz e o procurador. Há maneiras mais primitivas de alcançar o objetivo do hacker através de execução remota nos computadores dos alvos sem a necessidade de invasão ao Telegram ou rede de telefonia. Se o hacker tinha o controle dos computadores das vítimas, o do trabalho ou o residencial, e se a vítima deixou configurado o aplicativo Windows do Telegram, o Telegram Web, ele simplesmente copiava todas as mensagens da vítima. Os vetores para esse roubo podem ter vindo de e-mails, sites comprometidos, mensagens de amigos, arquivo infectado, pen drive ou até acesso físico…

Pergunta: Acha possível que as autoridades consigam chegar aos responsáveis pelo ataque?
Resposta: Sim, caso o Telegram não colabore com as investigações, há possibilidade de um juiz suspender suas operações aqui no Brasil, bloqueando assim os IPs brasileiros de desfrutarem de seus serviços. (…) Caso o IP esteja situado em outro país, é preciso uma ação de cooperação internacional.

*com O Antagonista