“Guerra” entre Silas Malafaia e Samuel Ferreira pode atingir Bolsonaro

O presidente pode ter que intervir para evitar prejuízo político.

Silas Malafaia e Samuel Ferreira

Silas Malafaia e Samuel Ferreira

A troca de ofensas envolvendo o pastor Silas Malafaia, presidente da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), e aliados do bispo Samuel Ferreira, presidente da Assembleia de Deus do Brás (ADBRAS) e o principal braço da Assembleia de Deus Madureira, que vem sendo exposta pelo site O Fuxico Gospel, pode ter fim com uma articulação do Palácio do Planalto.

Segundo um interlocutor, o presidente Bolsonaro (PL) está vendo a “guerra” entre os líderes religiosos com muita preocupação, já que os maiores apoios ao governo vem das igrejas comandadas pelos dois líderes. Tanto Samuel Ferreira, quanto Silas Malafaia, são ligados ao presidente.

Por outro lado, o pai do bispo Samuel Ferreira, bispo primaz Manoel Ferreira, maior nome da Igreja Assembleia de Deus no Brasil, tem flertado com Lula. Ele se reuniu algumas vezes com o ex-presidente, o que revela que a família Ferreira pode estar estrategicamente dividida.

Um levantamento feito em 2014 apontou que a Assembleia de Deus de Madureira tinha, à época, 9 milhões de membros, já a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, liderada pelo pastor Silas Malafaia, em 2017, tinha cerca de 50 mil membros, segundo o site da própria denominação.

Além da diferença no número de membros, há também o número de deputados na Câmara. Enquanto a ADVEC de Malafaia tem apenas um deputado, que é o Sóstenes Cavalcante, a Assembleia de Deus tem 27 deputados, inclusive o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Cezinha de Madureira.

O Planalto escolheu um pacificador para resolver o problema, antes que afete o governo Bolsonaro, ou até mesmo, para evitar perder o apoio de um dos dois líderes.