Enquanto o governo busca a aprovação do tão esperado arcabouço fiscal no Congresso Nacional, a contagem regressiva para a data limite de 31 de agosto para o envio do orçamento de 2024 se aproxima, gerando incertezas sobre o cenário econômico futuro.
A pressa do governo em garantir a aprovação do arcabouço fiscal tem sido evidente, porém, sucessivos adiamentos da votação na Câmara dos Deputados têm gerado especulações e preocupações. Auxiliares próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão agora considerando a possibilidade de que a aprovação do arcabouço fiscal seja adiada até o final do ano, afetando potencialmente as expectativas econômicas do país.
Caso essa previsão se concretize, o governo poderá enfrentar um dilema quanto ao envio do orçamento para o próximo ano. De acordo com a lei, o orçamento deve ser enviado ao Congresso até 31 de agosto, porém, se o arcabouço fiscal não for aprovado até essa data, o governo poderá ser forçado a enviar um orçamento sem as novas regras previstas no marco fiscal.
Nos bastidores, há uma avaliação política de que os agentes econômicos não culpariam o governo pelo atraso, mas sim colocariam a responsabilidade nos adiamentos e atrasos da votação, que, segundo a equipe de Lula, seriam influenciados por pressões e chantagens da “turma do Lira”, referindo-se ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou essa visão durante uma entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, ressaltando que a Câmara dos Deputados não deve usar seu poder de forma prejudicial ao Senado e ao Executivo. A tensão entre as instituições políticas parece se intensificar à medida que o prazo se aproxima.
