Empresa por trás do concurso da PM/AL já esteve envolvida na “Máfia dos Concursos”

Em 2017, a Cebraspe precisou demitir 33 funcionários acusados de participação em esquema de fraude.

Funcionário da Cebraspe preso - @internet

Funcionário da Cebraspe preso - @internet

O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), empresa que organizou o concurso da Polícia Militar de Alagoas, cujo resultado foi divulgado na última semana sob suspeita de fraude, já teve o seu nome envolvido em um esquema que ficou conhecido como a “Máfia dos Concursos”.

Em novembro de 2017, após uma longa investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a Cebraspe demitiu 33 funcionários acusados de participação em fraudes. Os funcionários faziam parte da equipe responsável pela organização e digitalização das provas. Pelo menos um funcionário foi preso naquele ano.

A empresa figura em mais de 1 mil processos em todo o país, e até esta quarta-feira (15/09), ela já aparece em 54 processos em Alagoas, que foram protocolados entre 2017 e 2021, com origem nas cidades de Penedo, Palmeira dos Índios, Arapiraca e Maceió.

A nova polêmica em que o nome da Cebraspe está envolvido em Alagoas, está ligada a acusação de uma suposta fraude na prova do Concurso da PM. Um grupo de concurseiros já entrou com uma ação popular junto ao Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) pedindo uma indenização na ordem de R$ 3 milhões, além da suspensão da prova.

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Por meio de nota, a Cebraspe disse que não há necessidade de suspensão do certame, e que é possível identificar os indivíduos que se utilizaram de fraude para a aprovação na prova.

“O Cebraspe informa que os procedimentos de segurança do Centro não se limitam ao momento de aplicação das provas e abrangem todas as etapas do certame. Assim, é possível a identificação e a eliminação de pessoas que possam ter se utilizado de meios ilegais mesmo após a aplicação das provas. Informa, ainda, que, conforme o edital do certame da Polícia Militar do Estado de Alagoas (PMAL), se, a qualquer tempo, for constatado, por meio eletrônico, estatístico, visual, grafológico ou por investigação policial, que o candidato se utilizou de processo ilícito, suas provas serão anuladas e ele será eliminado do concurso público. Por oportuno, esclarece-se que o Centro já se colocou à disposição da polícia e é o maior interessado em esclarecer os fatos”, diz a nota.