Maceió

Bebê dorme nos braços de PM durante ocorrência de maus-tratos em Alagoas

O caso ocorreu no bairro Cidade Universitária, em Maceió. Quatro crianças e uma adolescente viviam em casa com um ambiente insalubre.

Publicado: | Atualizado em 08/05/2021 09:01


Durante ocorrência, uma das crianças foi acalmada e adormeceu nos braços de soldado — © PMAL
Durante ocorrência, uma das crianças foi acalmada e adormeceu nos braços de soldado — © PMAL

Guarnições do Batalhão de Polícia de Guardas (BPGd) atenderam, na madrugada desta quinta-feira (06/05), uma ocorrência envolvendo maus-tratos contra quatro crianças e uma adolescente no Conjunto Village Campestre II, no bairro Cidade Universitária, em Maceió.

Inicialmente, os militares receberam a denúncia de violência doméstica. Ao chegarem no endereço indicado, encontraram dois gêmeos recém-nascidos, duas crianças de 1 e 6 anos e a adolescente de 14 anos em uma residência com um ambiente totalmente insalubre.

A mãe estava agressiva e apresentava sinais de que teria feito uso de entorpecentes e ingerido bebida alcóolica. Segundo o relato dos PM’s, o imóvel não tinha condições de higiene, pois tinha lixo pelo chão. Além disso, as crianças estavam expostas a várias situações de risco de acidentes, como garrafas quebradas e até uma fossa aberta no quintal.

Os relatos de vizinhos aos policiais dão conta de que os pais têm um histórico de consumo de drogas ilícitas e álcool. No momento em que as equipes chegaram, o pai não estava na residência. As crianças estavam assustadas e chorando bastante. A cena mexeu com os militares.

“[…] Tinham muitos objetos quebrados pela casa e a mãe estava extremamente alterada. Tivemos que acalmar as crianças primeiro para depois resolver a ocorrência da melhor forma. Contamos com o apoio da Fox Roma, comandada pelo sargento Hailton e junto o Conselho Tutelar, conseguimos colocar as crianças em segurança”, contou o cabo Carlos Eduardo, que comandava a equipe que foi acionada para o caso.

O Conselho Tutelar da Região 08 foi acionado e deu o devido encaminhamento à situação. Posteriormente, as crianças foram deixadas aos cuidados de familiares, que assinaram um termo de responsabilidade junto ao Conselho. A mãe foi encaminhada à Central de Flagrantes 01, e após depoimento, foi liberada.

“Me senti mais no papel de pai, do que de militar”

Durante a ocorrência, uma foto em que uma das crianças aparece adormecida no colo do soldado J. Lima, lotado no Batalhão de Polícia de Guarda (BPGd), viralizou nas redes sociais. O registro foi do sargento Hailton, comandante da equipe que prestou apoio.

J. Lima conta que, na rotina de policiamento, em muitas dessas comunidades da parte alta, as guarnições, frequentemente, presenciam crianças em situação de vulnerabilidade, mas nenhuma se compara ao que eles vivenciaram na madrugada desta quinta. “Me senti mais no papel de pai, do que de militar”, resumiu.

O soldado que ingressou na Polícia Militar (PM) em 2016 e tem um filho de 3 anos, disse que, como pai, não poderia ser indiferente com uma cena tão desumana. E que ao pegar o bebê no colo, percebeu que ele apresentava sinais de febre e suava muito.

“Como pai, não pude ser indiferente com uma cena tão triste. O bebê apresentava sinais de febre, suava bastante. Tomei o menino nos braços e logo ele se apegou a mim. Segurou firme no meu colete e não largou mais. Ofereci água e ele tomou tudo. Ele se acalmou e dormiu em meus braços”, relatou J. Lima.

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