Ministros do STF defendem Sérgio Moro e Lava Jato e só irão admitir posição diante de ‘algo grave’

Existe um grupo de ministros na corte que estão dispostos a sustentar as medidas da autoproclamada república de Curitiba

Sérgio Moro — © Cristiano Mariz

Sérgio Moro — © Cristiano Mariz

Lava Jato — Na linha de cortes, os parlamentares já decidiram o que vão fazer quando outros “possíveis” vazamentos de troca de mensagens envolvendo o nome do ex-juiz e agora ministro da Justiça, Sérgio Moro, aparecerem nas investigações.

Existe um grupo de ministros na corte que estão dispostos a sustentar todas as medidas da autoproclamada “república de Curitiba”.

No que se diz respeito ao grupo, só haverá uma mudança de posição caso haja “algo grave, como uma prova fraudada ou algum tipo de armação maliciosa”, e segundo eles, feitos como esses não foram visto até o momento.

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De acordo com os ministros que falam na defesa da operação e do ministro da Justiça, dizem que a Lava Jato chegou a colecionar a antipatia de grupos opostos, unindo interesses com diferentes espectros da política contra sua atuação.

Já no lado oposto, há o segundo grupo com integrantes do Supremo que já admitiram ver crimes em situações desveladas pelas mensagens que foram divulgadas pelo The Intercept Brasil.

Sendo assim, para esse grupo os episódios com maior gravidade está no pedido de Sérgio Moro, na inclusão de um documento na peça da acusação porque, segundo ele, usaria em uma sentença. Para os ministros, essa característica de intromissão direta no processo a favor de uma das pastas, é um crime gravíssimo.

Mesmo com a decisão de Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, de não comparecer em uma audiência na Câmara, teve sua posição respeitada pelos colegas. Em uma oitiva de Moro, na semana passada, o ministro Sérgio Moro negou parcialidade enquanto juiz da Lava Jato, e afirmou que houve “invasão” nos celulares das autoridades para tentar invalidar criminosamente as condenações da Operação Lava Jato.

O depoimento fez parte de uma audiência na Câmara que tinha como objetivo, ouvir o esclarecimento do ministro sobre os conteúdos das mensagens atribuídas a ele e a procuradores da República.

Assessora de imprensa de Sérgio Moro pede demissão 

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A jornalista Giselly Siqueira pediu demissão do cargo de assessora especial de comunicação do Ministério da Justiça, de Sérgio Moro. Antes a jornalista foi assessora de comunicação em vários órgãos públicos, como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na gestão dos ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski.

Ela também chefiou a assessoria de imprensa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na época, Gilmar Mendes presidia a corte, e também foi da equipe de comunicação da Procuradoria-Geral da República na então gestão de Antonio Fernando de Souza e de Roberto Guergel.