Patrick e Ivonélio Abrahão vão deixar a prisão após 10 meses

Os líderes da Trust Investing foram inicialmente presos em outubro de 2022, durante a operação "La Casa de Papel"

Patrick e o pai durante audiência

Na noite de segunda-feira (7), a juíza Júlia Cavalcante Silva Barbosa, da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande/MS, decidiu revogar as prisões preventivas dos líderes da suposta pirâmide financeira Trust Investing.

A decisão foi tomada após os interrogatórios dos réus Patrick Abrahão, Ivonélio Abrahão e Diorge Chaves. Além deles, também se beneficiaram da decisão o CEO da Trust Investing, Diego Chaves, e o diretor de marketing, Fabiano Lorite de Lima, interrogados anteriormente, na última quinta-feira (3).

O Ministério Público Federal (MPF) havia se posicionado a favor da continuidade da prisão preventiva. No entanto, a juíza Júlia Cavalcante argumentou que os réus podem aguardar a conclusão de seus julgamentos fora da prisão, uma vez que a “prisão preventiva é medida excepcional”. Ela acrescentou que os riscos processuais poderiam ser controlados por medidas cautelares.

Essas medidas incluem:

– Comparecimento perante a autoridade sempre que intimados para atos da instrução criminal e julgamento;
– Proibição de ausentar-se de suas respectivas comarcas sem prévia autorização;
– Proibição de saída do país e retenção do passaporte;
– Proibição de comunicação entre os réus, exceto entre aqueles com vínculos de parentesco.

Os líderes da Trust Investing foram inicialmente presos em outubro de 2022, durante a operação “La Casa de Papel” conduzida pela Polícia Federal. Foram detidos cinco membros, incluindo os fundadores Diego Chaves, Fabiano Lorite de Lima e Diorge Chaves. Já Cláudio Barbosa, diretor de tecnologia, permanece foragido.

Patrick Abrahão, influenciador digital e marido da cantora Perlla, que era considerado o “número um” da Trust Investing, e seu pai, o pastor Ivonélio Abrahão, também foram detidos por sua participação no suposto esquema.

A controvérsia em torno da Trust Investing teve início quando a empresa deixou de pagar seus investidores após promessas de lucros de 300% ao ano com supostos trades de criptomoedas. Segundo o MPF, os réus estão sendo acusados por diversos crimes, entre eles integração em organização criminosa internacional, operação ilegal de instituição financeira e lavagem de dinheiro.

Agora, com os depoimentos de testemunhas e réus concluídos, o caso Trust Investing caminha para uma fase decisiva na 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande/MS.