Exército adapta instalações para possível prisão de Bolsonaro e outros militares

A motivação para a preparação do alojamento é a possibilidade de prisão de militares de alta patente.

Jair Bolsonaro | © REUTERS/Adriano Machado

Jair Bolsonaro | © REUTERS/Adriano Machado

O Exército Brasileiro está tomando providências no Comando Militar do Planalto para preparar um alojamento destinado a receber possíveis alvos de prisão investigados por tentativa de golpe de Estado pela Polícia Federal. Segundo informações da coluna Radar, da revista Veja, o local foi submetido a melhorias antes dos depoimentos marcados para esta quinta-feira (22/2), que incluem o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-ministros e militares.

A motivação para a preparação do alojamento é a possibilidade de prisão de militares de alta patente. Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército, tem a opção de ser alocado em uma unidade militar, caso seja detido. O Exército já teve que adaptar celas anteriormente para acomodar militares, como o tenente-coronel Mauro Cid.

Uma fonte do Exército relatou à Veja a necessidade de estar preparado para receber pessoas de “antiguidade”, referindo-se a oficiais de alta patente, e mencionou a inspeção do STF que ocorre após as prisões.

Os depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, iniciada em 8 de fevereiro, com o objetivo de investigar a propagação de falsidades sobre o sistema eleitoral e a tentativa de subversão do Estado Democrático de Direito. A estratégia da PF é tomar os depoimentos simultaneamente para prevenir a sincronização de depoimentos entre os investigados.

Bolsonaro indicou que pode optar pelo silêncio durante sua oitiva, enquanto o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, planeja colaborar com as investigações. Os depoimentos estão agendados para iniciar às 14h30, e a lista de convocados inclui figuras proeminentes do cenário político e militar brasileiro.