Este ano, 420 medidas protetivas foram concedidas a mulheres vítimas de violência

Segundo o juiz José Miranda Santos Júnior, a medida protetiva mais comum é a que obriga o agressor a manter distância da vítima

Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher funciona no Centro da capital — © Caio Loureiro

Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher funciona no Centro da capital — © Caio Loureiro

Justiça — Realizada desde 2016 em comemoração aos 10 anos da Lei Maria da Penha, a campanha “Agosto Lilás” entrou no calendário de eventos de Alagoas como a maior campanha de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher. Somente de janeiro a julho deste ano, 420 medidas protetivas para vítimas de violência doméstica.

Na avaliação do juiz José Miranda Santos Júnior, auxiliar da unidade, o número é alto, o que mostra que as mulheres estão mais conscientes e denunciando mais as agressões. “Há também uma rede de proteção que faz com que constantemente tenhamos campanhas chamando a atenção para o problema da violência doméstica”, explicou o magistrado.

Segundo o magistrado, a medida protetiva mais comum é a que obriga o agressor a manter distância da vítima. Para ele, “a baixa reincidência é fruto de projetos como a Patrulha Maria da Penha, que fiscaliza o cumprimento das medidas protetivas, e o “Filhos de Maria”, que oferece apoio a famílias em situação de violência doméstica”, completou.

A atuação da equipe multidisciplinar do Juizado, formada por duas psicólogas e três assistentes sociais, também tem sido importante. Miranda acrescenta que nas audiências há sempre a presença de alguém da equipe. “Porque a gente tem que parar com esse foco de que tudo o que se tem a fazer é condenar”.

+ Renan Filho ataca Collor e diz que Alagoas ‘vive um novo momento’

“Às vezes, a pessoa que está aqui está com problemas. E existem vários programas e projetos para as mulheres e homens agressores, para que elas saíam melhores do que chegaram e para que eles saiam melhores e não repitam o que fizeram”, ressalta o magistrado.

Para o juiz José Miranda, a violência doméstica é o tipo de crime mais difícil para a segurança pública, porque acontece dentro de casa. “É um crime muitas vezes sem testemunha. É importante as pessoas saberem que em briga de marido e mulher se deve meter a colher sim”, conclui.

*com informações da Assessoria