Internacional

Tragédia no submarino Titan: Mortes confirmadas após perda de pressão da cabine

O submersível iniciou sua descida na manhã de domingo, mas perdeu contato com a tripulação do Polar Prince, o navio de apoio que transportou o submersível até o local, 1 hora e 45 minutos após a descida, segundo as autoridades.

Publicado: | Atualizado em 22/06/2023 16:49


Submarino - @reprodução
Submarino - @reprodução

A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou a morte dos passageiros a bordo do submarino Titan, que estava desaparecido desde segunda-feira (19). Os destroços encontrados nesta quinta-feira indicam uma perda catastrófica de pressão na cabine do submersível.

“Em nome da Guarda Costeira dos EUA, expresso minhas condolências às famílias. Eu consigo imaginar o quão difícil isso tem sido para elas, e espero que essa descoberta traga algum conforto nesse momento tão desafiador”, disse o porta-voz da Guarda Costeira em uma entrevista à imprensa.

Na manhã de quinta-feira, a Guarda Costeira informou que foram encontrados destroços dentro da área de busca, os quais foram identificados como parte externa do submarino.

Veja também: Expedição ao Titanic: Conheça os cinco tripulantes do Submarino Desaparecido

O prazo estimado pelas autoridades dos Estados Unidos para a duração do oxigênio no Titan expirou na manhã de quinta-feira (22). O submersível tinha 96 horas de ar respirável, de acordo com as especificações da OceanGate Expeditions, a empresa responsável pela expedição.

Mesmo assim, os esforços de busca continuaram para localizar o Titan e seus cinco ocupantes: o empresário e aventureiro britânico Hamish Harding, o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Sulaiman Dawood, além do CEO e fundador da OceanGate, Stockton Rush.

A expedição começou com uma jornada de 740 quilômetros até o local do naufrágio. O submersível iniciou sua descida na manhã de domingo, mas perdeu contato com a tripulação do Polar Prince, o navio de apoio que transportou o submarino até o local, 1 hora e 45 minutos após a descida, segundo as autoridades.

As Guardas Costeiras dos Estados Unidos e Canadá iniciaram uma operação de resgate em grande escala para recuperar o Titan, mobilizando até 10 navios e aeronaves para as buscas, tanto na superfície do mar quanto nas profundezas.

Foram utilizados sistemas sonar, veículos operados remotamente (ROVs) e equipamentos de última geração para cumprir a missão.

Preocupações com a Segurança

Houve acusações de suposta negligência em relação à segurança do submersível. O próprio Rush afirmou, em várias entrevistas, que via as regulamentações de segurança como inibidoras de inovação e avanço tecnológico.

Ele mencionou que a indústria comercial de submersíveis é “excessivamente segura” em entrevista à Smithsonian Magazine em 2019, “porque eles têm todas essas regulamentações. Mas também não houve inovação ou crescimento, justamente por causa dessas regulamentações”.

À medida que o mundo acompanhava o drama dos ocupantes do submersível, histórias curiosas sobre o funcionamento do veículo surgiram.

Na terça-feira, o jornal The New York Times informou que, em 2018, líderes do setor de submersíveis criticaram a abordagem experimental da OceanGate. O Comitê de Veículos Subaquáticos Tripulados da Sociedade de Tecnologia Marinha enviou uma carta a Rush expressando preocupação com a conformidade da empresa em relação a uma certificação de avaliação de risco marítimo conhecida como DNV-GL.

O Submersível Titan

O Titan é tecnicamente um submersível, e não um submarino como tem sido popularmente chamado. Um submersível possui reservas de energia limitadas e requer um navio de apoio na superfície para lançamento e recuperação.

O Titan geralmente passa cerca de 10 a 11 horas em cada viagem ao naufrágio do Titanic, enquanto os submarinos podem permanecer debaixo d’água por meses.

Fiel ao seu nome, o Titan pesa mais de 10.000 quilos e é feito de fibra de carbono e titânio, com recursos de segurança para monitorar a integridade estrutural da embarcação, de acordo com a OceanGate Expeditions, a operadora do submersível.

Há apenas um banheiro e nenhum assento no interior – com um máximo de cinco passageiros, eles devem se sentar de pernas cruzadas no chão. Não há janelas, exceto a escotilha pela qual os passageiros veem o Titanic.

Debaixo d’água, o Titan não possui GPS e se comunica com sua nave-mãe por mensagens de texto. O submersível é obrigado a se comunicar a cada 15 minutos, de acordo com o site arquivado da OceanGate Expeditions. A última comunicação entre a embarcação e o Polar Prince ocorreu às 11h47 de domingo.

Partes do Titan são decididamente de baixa tecnologia. O submersível é controlado como um videogame. “Basicamente, parece um controle de PlayStation”, disse o correspondente da CNN, Gabe Cohen, que esteve a bordo do Titan em 2018 enquanto reportava sobre a OceanGate Expeditions para a afiliada da CNN, KOMO.


Comentários


    Entre para nossos grupos

    Telegram
    Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
    WhatsApp
    Entre e receba as notícias do dia
    Entrar no Grupo


 
 
 
Especiais

Especial
Livro ensina técnica de leitura usada por Sherlock Holmes para expandir a memória

Aprenda a Melhorar sua Memória, Lendo até 10 Vezes Mais Rápido e Retendo Até 100% do Conteúdo


veja também

Javier Milei - @Reprodução
Internacional
Javier Milei é eleito presidente da Argentina

Com a eleição de Milei, a Argentina se prepara para uma nova era de liderança liberal


Vídeos nas redes sociais mostram pessoas que estavam em festival de música eletrônica fugindo de ataque do Hamas pelo deserto de Israel
Internacional
Após ataque do grupo terrorista Hamas, Israel encontra 260 corpos de jovens em local de rave

De acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores, três brasileiros estão desaparecidos