Jacuípe, AL – Em meio a crescentes reclamações sobre o custo da água e esgoto, a Câmara de Vereadores de Jacuípe, cidade no interior de Alagoas, se tornou palco de uma audiência pública na última terça-feira (31). Com o plenário lotado, o encontro tinha como proposta principal trazer à mesa a concessionária Verde Alagoas para esclarecimentos sobre a recente escalada na cobrança dos serviços prestados. No entanto, a empresa responsável pela distribuição de água e tratamento de esgoto no município não enviou nenhum representante.
Os relatos dos moradores presentes foram praticamente os mesmos: faturas de outubro que refletiram um aumento de até seis vezes em comparação ao mês anterior, sem qualquer aviso prévio ou justificativa aparente. Além do assombro pelo surto inflacionário nas contas de água, a comunidade foi pega de surpresa por uma nova taxa de esgoto que, para alguns, ultrapassou a marca dos R$ 170 – um valor considerado abusivo para os padrões locais.
Vereadores, representantes do Poder Executivo e moradores esperavam dialogar e obter respostas da Verde Alagoas na audiência. Ao invés disso, encontraram cadeiras vazias, destinadas aos representantes da empresa que optaram pelo silêncio. “É uma falta de respeito com todos nós que estamos aqui buscando entender essa mudança no nosso orçamento doméstico”, desabafou Maria José, moradora do centro da cidade.
Em uma tentativa de resposta, a concessionária emitiu uma nota breve onde apontou que os valores cobrados são determinados pela Agência Reguladora de Serviços Públicos, não dando, contudo, mais detalhes sobre a estrutura de cálculo ou os motivos para o aumento específico que afeta Jacuípe.
Com a falta de representantes da Verde Alagoas para dar a sua versão dos fatos, a Câmara se viu obrigada a programar uma nova data para a discussão, prometendo medidas mais duras para garantir a presença da concessionária. Enquanto isso, a população de Jacuípe vive a incerteza de não saber o que esperar na próxima fatura – e com razão, já que a água é um recurso essencial, não um luxo a ser arbitrariamente comercializado.