O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, em coletiva à imprensa, lamentou o massacre ocorrido nesta quarta-feira (14) na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), onde dois homens entraram no colégio e atiraram contra alunos e funcionários que estavam no local.
A ação dos criminosos resultou na morte de cinco estudantes, duas funcionárias e o próprio tio de um dos assassinos. O ex-presidente chegou a relacionar a tragédia com um jogo de videogames bastante violento. Isso porque os jovens estavam caracterizados como um personagem de jogo de videogame.
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“Temos que entender o porquê de isso estar acontecendo. Essas coisas não aconteciam no Brasil. Vemos essa garotada viciada em videogames violentos (…). Tenho netos e os vejo muitas vezes mergulhados nisso aí“, comentou Mourão.
Jovens se veste de forma semelhante a personagem de jogos (Créditos:Reprodução/Internet)
Mourão não quis relacionar o ocorrido com o decreto que flexibiliza a posse de armas de fogo no país, um dos projetos assinado pelo presidente Jair Bolsonaro em janeiro.
“Não tem nada a ver. Vai dizer que a arma que os caras tinham lá era legal? Estou muito triste com essa situação. Quando eu era criança, jogava bola, soltava pipa. A gente não vê mais essas coisas” disse o vice-presidente lamentando o ocorrido.
Essa não é a primeira vez que um líder político associa games com interfaces violentas a massacre ou até mesmo tragédias no mundo real. No inicio de 2018, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, se pronunciou de forma semelhante sobre jogos com conteúdos violentos nas escolas norte-americanas.
“Nós precisamos fazer alguma coisa quanto ao que eles (jovens) estão vendo e como eles estão vendo. E também os videogames. Quer dizer, mais e mais pessoas dizem isso, o nível da violência nos videogames está fazendo a cabeça dos jovens. E você dá mais um passo, e são os filmes. Você vê esses filmes, e eles são tão violentos“, disse Trump.
Os estudos científicos discordam veementemente do que dizem os lideres de países em relação aos jogos de videogames. Um estudo realizado pela Universidade de Oxford teria divulgado nesta semana a não associação de jogos violentos em relação as agressividades de jovens.
O estudo contou com aproximadamente 1.004 adolescentes entre 14 e 15 anos, e também teve a participação dos pais ou responsáveis pelos adolescentes.