Em Alagoas, índios acima de 50 anos são os mais atingidos pela Leishmaniose Tegumentar

Pelo menos 57,1% foram acometidos pela doença no estado, entre 2015 e 2019. Os dados são do boletim epidemiológico especial do Ministério da Saúde.

Divulgação do panorama epidemiológico de áreas indígenas marca o dia do Índio, celebrado nesta terça-feira, 19 de abril | © Gov.br

Divulgação do panorama epidemiológico de áreas indígenas marca o dia do Índio, celebrado nesta terça-feira, 19 de abril | © Gov.br

O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira (19/4), no Dia do Índio, um boletim epidemiológico especial que reúne dados sobre zoonoses e doenças de transmissão vetorial em áreas indígenas. O objetivo é auxiliar a execução de políticas públicas de saúde voltadas para a população indígena.

Entre as enfermidades listada está a Leishmaniose Tegumentar, considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das doenças infecciosas mais importantes, devido à sua magnitude e capacidade de produzir deformidades, com reflexos no campo psicológico, social e econômico.

De acordo com os dados, a doença atinge mais indígenas acima de 50 anos em Alagoas. Pelo menos 57,1% foram acometidos pela doença no estado, entre 2015 e 2019. Piauí e Mato Grosso do Sul também registraram a prevalência de casos da leishmaniose tegumentar no público com a mesma faixa etária.

Em relação aos casos de leishmaniose visceral, o estado alagoano contabilizou mais casos entre os homens (68,8%). O Governo Federal informou que atende em todo o país a mais de 779 mil indígenas, pertencentes a 305 etnias, que falam 274 línguas diferentes e vivem em mais de seis mil aldeias.

As Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) são compostas por médicos, enfermeiros, odontólogos, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos, técnicos em enfermagem, técnicos e auxiliares em saúde bucal, agentes indígenas de saúde e agentes indígenas de saneamento.

Outra importante ação desempenhada pela SESAI diz respeito às edificações e saneamento em terras
indígenas, bem como a garantia de logística de transporte, comunicação e gestão de insumos e medicamentos. Com isso, essa Secretaria é a única Instituição que alcança todas as comunidades indígenas do Brasil, apesar das dificuldades de acesso e do amplo escopo de trabalho que vai desde prestar serviços de saúde aos povos indígenas que vivem em áreas de acesso terrestre até a promoção de saúde para povos indígenas isolados e ações de saúde para povos indígenas de contato recente.

“Entender as realidades indígenas a partir de mecanismos próprios dos serviços de saúde, como o monitoramento e a avaliação de indicadores de saúde e da situação epidemiológica, é um desafio constante para o SASISUS em virtude da magnitude territorial e cultural dos povos indígenas”, pontua o boletim.

*Com Ministério da Saúde