Vacina contra Covid “magnetiza” o braço? Cientista explica

Antivacinas têm publicado vídeos na tentativa de desestimular a adesão ao imunizante.

Moeda na vacina

Moeda na vacina

Quem usa aplicativos como Tik Tok e Kwai já deve ter visto um novo desafio que passou a viralizar, especialmente, nessas redes sociais, que consiste em usar uma moeda ou algo de metal, e tentar “colar” no braço de alguém que foi vacinado com alguma dose da vacina contra o novo coronavírus.

Vários vídeos desse desafio passaram a circular na internet, e em muitos deles, as pessoas o fazem como forma de amedrontar quem ainda não foi vacinado, justificando que essas vacinas possuem algum tipo de metal em sua composição capaz de magnetizar o corpo humano.

Em alguns desses vídeos, é dito que a vacina pode conter algum tipo de ‘nanochip’, e que os chineses podem espionar a população. Esse tipo de conteúdo, segundo especialistas, além de ser fake news, pode prejudicar as campanhas de vacinação por desinformar a população.

Para a professora de imunologia da Universidade de Brasília (UnB), Anamélia Lorenzetti Bocca, “esses vídeos são fake news que prejudicam a adesão da população à campanha de vacinação. O problema é que as pessoas querem causar”.

A cientista explica que o fato de uma moeda ou qualquer objeto leve aderir à pele, não necessariamente significa que a vacina tenha qualquer tipo de metal ou produto magnético. Ela esclarece que a própria pele possui óleos naturais que podem permitir a aderência de objetos leves, e que nos vídeos é dito como se a moeda ou o objeto só fica agarrado ao lugar onde a vacina foi aplicada.

“Existe todo um controle de qualidade sobre as vacinas. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi nas fábricas onde elas estão sendo produzidas. Analisou e viu toda a rota de produção”, conta a pesquisadora. “Mesmo que o IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) venha de fora, a agência também foi nos laboratórios que os produzem”, completa.