Uma reportagem vinculada ao Jornal Nacional da TV Globo mostrou que as empresas estatais brasileiras devem fechar 2023 com um déficit de quase R$ 6 bilhões, o que pode levar o Tesouro Nacional a aportar recursos para cobrir o rombo.
Esse é o primeiro déficit previsto para as estatais em oito anos. Nos últimos cinco anos, elas registraram superávits, com exceção de 2020, quando fecharam com déficit de R$ 600 milhões, devido a pandemia da Covid-19.
A previsão de déficit foi feita pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento do governo Lula. A meta original, aprovada no orçamento de 2023, era de que as estatais tivessem um superávit de R$ 3 bilhões.
No cenário econômico atual, algumas estatais brasileiras enfrentam desafios financeiros significativos, projetando resultados negativos para o próximo período. Entre essas instituições, destacam-se:
- Dataprev: A previsão indica um déficit de quase R$ 200 milhões, refletindo as complexidades e desafios operacionais enfrentados pela empresa.
- Indústrias Nucleares do Brasil (INB): Com um déficit projetado de aproximadamente R$ 300 milhões, a INB enfrenta pressões financeiras, possivelmente associadas a demandas específicas do setor nuclear.
- Emgepron: A empresa de projetos navais enfrenta um desafio mais significativo, com um déficit projetado de mais de R$ 3 bilhões.
- Correios: Uma projeção de déficit de quase R$ 600 milhões coloca os Correios entre as estatais que enfrentam desafios financeiros, possivelmente influenciados por mudanças no cenário logístico e no mercado de comunicações.
Esses resultados negativos indicam a necessidade de uma análise cuidadosa e medidas estratégicas para reverter ou mitigar os desafios financeiros enfrentados por essas estatais.
O governo justifica a revisão da meta fiscal destacando o papel crucial da privatização da Eletrobras nesse ajuste. Conforme apontado pelo Ministério da Gestão, desde 2010, as estatais de energia estavam excluídas das estatísticas fiscais.
No entanto, com a privatização da Eletrobras, a Eletronuclear, anteriormente parte da holding da Eletrobras, permaneceu como uma empresa estatal. Neste ano, ela foi incorporada às estatísticas fiscais, impactando as projeções fiscais.
O déficit da Eletronuclear atingiu a marca de R$ 709 milhões até julho deste ano, e a previsão é encerrar o ano com um déficit que ultrapassa os R$ 2 bilhões.