Enchente atinge igreja, destrói casas e deixa desabrigados em Rocha Cavalcante

Após o nível do Rio Mundaú baixar, foi possível perceber os danos provocados pela enchente no distrito palmarino.

Igreja em Rocha Cavalcante | © Rayane Rodrigues

Igreja em Rocha Cavalcante | © Rayane Rodrigues

O distrito de Rocha Cavalcante, em União dos Palmares, foi uma das localidades afetadas pelas fortes chuvas que caíram no município nos últimos dias. Uma equipe de reportagem do BR104 esteve no local e acompanhou de perto os danos provocados pela enchente.

Após o nível do Rio Mundaú baixar, foi possível perceber os estragos deixados na região. Os moradores, junto com as equipes de Infraestrutura da cidade e voluntários, uniram forças para remover os entulhos, a lama e os pertences que foram totalmente destruídos pelas águas.

A cena de filme se repetiu mais uma vez para alguns moradores da região, como é o caso de Nice. Ela falou que, mesmo fazendo o cadastro para conseguir uma das casas doadas pelo Governo Federal para as famílias atingidas pela enchente de 2010, ela não foi contemplada, e com isso teve que permanecer na residência e presenciar tudo novamente.

– Agora é limpar e voltar. A gente não tem para onde ir, porque a gente não passou na cheia, não ganhamos casa ali do outro lado [Newton Pereira e Nova Esperança]. A gente tem que ficar aqui mesmo. Fazer o quê? – disse ela.

Comerciantes da região pediram um posicionamento das autoridades do município de União dos Palmares. Segundo eles, cenas como essa podem se repetir. Na casa de uma família foi possível perceber até onde a água chegou, alcançando mais de 2 metros de altura. Marcelo, dono da residência, explicou que os pertences que a família não pôde retirar, não servem mais.

– A gente tem que pedir a Deus forças para continuar, né? Perdemos tudo! O que ficou em casa, não presta mais. Não deu tempo de tirar nada. Estamos sem comer, já foi umas pessoas que deram comida a gente – explicou ele, emocionado.

Uma igreja católica instalada na região não sofreu tantos danos, segundo o padre Lourenço, que dirige a paróquia. De acordo com o religioso, a água não chegou a atingir as imagens sagradas, e os documentos existentes no prédio foram retirados antes do ocorrido.

– Desde sexta-feira estamos preocupados em cuidar da população. Graças a Deus, todos juntos saímos da área de risco. Houve o aumento do rio no sábado, mas todos estávamos prevenidos. Deu para tirar as pessoas de suas casas – disse o padre.