Brasil

No Brasil, acidentes de trabalho fazem uma vítima fatal a cada 3h40

Entre 2012 de 2018 foram contabilizados 17.200 falecimentos em razão de algum incidente ou doença relacionados à atividade laboral

Publicado: | Atualizado em 29/04/2019 08:25


Atendimento hospitalar registra o maior número de casos no Brasil (Crédito: Elza Fiúza/Agência Brasil)
Atendimento hospitalar registra o maior número de casos no Brasil (Crédito: Elza Fiúza/Agência Brasil)

Brasil – Alagoas registrou a morte de 151 pessoas em razão de algum incidente ou doença relacionados à atividade laboral, nos últimos sete anos. Em todo o país foram mais de mil mortes registradas. Dedicado em memória às vítimas de acidentes e doenças de trabalho, o dia 28 de abril acende um alerta para a falta de preocupação com a saúde e a segurança do trabalhador, onde só no Brasil, acidentes de trabalho fazem uma vítima fatal a cada 3h40.

Em 2018, o estado registrou 18 mortes provocadas por acidentes laborais, segundo os dados do Observatório Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT). Ainda de acordo com o Observatório, o ranking das atividades econômicas com o maior número de acidentes estão as usinas (43,59%), as unidades hospitalares (9,48), e os correios (3,99). Entre os homens, os acidentes foram mais frequentes na faixa etária dos 18 aos 24 anos. Já entre as mulheres, no grupo de 30 a 34 anos.

Entre as 151 mortes notificadas, a capital alagoana concentrou 45 no período. Os acidentes que foram comunicados aos órgãos responsáveis passaram dos 11.300 registrados nos sete anos analisados pelo MPT. Na distribuição geográfica, os estados com maior ocorrência destes incidentes foram São Paulo (1,3 milhão), Minas Gerais (353 mil), Rio Grande do Sul (278 mil), Rio de Janeiro (271 mil), Paraná (269 mil) e Santa Catarina (185 mil).

No comparativo por anos, houve queda nos registros, com 2.659 casos em 2014; 2.388 em 2015; 2.156 em 2016; 1.992 em 2017; e 2.022 em 2018. Já os acidentes de trabalho são mais frequentes e ocorrem a cada 49 segundos. No mesmo período, foram registrados 4,7 milhões incidentes deste tipo, conforme o Observatório.

Os tipos de lesão mais comuns foram corte e laceração, com 734 mil casos (21%). Em seguida, vêm fraturas, com 610 mil casos (17,5%), contusão e esmagamento, com 547 mil (15,7%), distorção e tensão, com 321 mil (9,2%) e lesão imediata, com 285 mil (8,16%). As áreas mais atingidas foram os dedos (833 mil incidentes), pés (273 mil), mãos (254 mil), joelho (180 mil), partes múltiplas (152 mil) e articulação do tornozelo (135 mil).

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Para além dos impactos principais e graves dos danos à vida e à integridade de trabalhadores, os acidentes de trabalho também trazem outras consequências. No período monitorado pelo Observatório, 351 milhões de dias de trabalho foram “perdidos” em razão dos afastamentos. Os gastos estimados neste mesmo intervalo chegaram a mais de R$ 82 bilhões.

Segundo o coordenador nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho, do Ministério Público do Trabalho, Leonardo Mendonça, a construção desse ambiente para evitar acidentes e adoecimentos envolve uma preparação do conjunto das empresas, inclusive a formação de seus funcionários e pessoas em postos de chefia. “É preciso fazer capacitações com todos os setores da empresa. Desde o topo até o funcionário de chão de fábrica para que tenha carimbo de que realmente ela se preocupa com saúde”, argumenta.

Em abril, foi lançada a Campanha de Prevenção a Acidentes de Trabalho (Canpat 2019), uma iniciativa conjunta do governo federal, Ministério Público do Trabalho e entidades patronais e de empregadores. O objetivo da iniciativa foi alertar para o problema e estimular empregadores e trabalhadores a construírem ambientes mais saudáveis.


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