Laudo da perícia indica que grávida morreu por “ferimento cortante no abdômen”

Documento também indicou lesões na cabeça e no pescoço. Mulher foi encontrada morta por amiga em Canelinha, na Grande Florianópolis

Amiga planejou por dois meses matar gestante e roubar bebê — © Reprodução

Amiga planejou por dois meses matar gestante e roubar bebê — © Reprodução

O laudo cadavérico da jovem de 24 anos que estava grávida e foi encontrada morta em Canelinha, na Grande Florianópolis, na manhã da última sexta-feira (28/08) em uma cerâmica desativada, indicou que a causa da morte foi “ferimento cortante no abdômen”.

O parecer, entregue à Polícia Civil na noite de sábado (29/08), pelo do Instituto Geral de Perícias (IGP), também apontou múltiplos ferimentos na cabeça e no pescoço, além de lesão aparente de defesa nos braços. A informação foi divulgada pelo delegado responsável pelo caso, Paulo Alexandre Freyesleben e Silva.

Segundo a polícia, a jovem foi morta a tijoladas e tinha cortes na barriga provocados por estilete. A bebê não estava mais no ventre da vítima. A suspeita, que era amiga da vítima, de 26 anos, fez uma emboscada para cometer o assassinato e ficar com a recém-nascida. Ela e o marido foram presos.

A polícia ainda aguarda pareceres sobre a criança, o local onde a mulher foi encontrada morte e da placenta da bebê, de onde será feito exame de DNA para confirmar se a menina é realmente filha da vítima, segundo o delegado.

Crime premeditado

O delegado disse que a suspeita confessou o crime e que ele foi premeditado. A identificação do casal preso não foi divulgada por causa da Lei de Abuso de Autoridade. A bebê foi internada no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis. Amigos da vítima informaram que o nascimento da menina estava previsto para 22 de setembro.

A vítima estava gravida de 38 semanas e estava desaparecida desde quinta-feira (27/08). Ela era pedagoga e já trabalhou como professora temporária. Neste ano, ela estava trabalhando em uma loja. Por estar no grupo de risco do coronavírus, estava afastada do trabalho presencial.

Paulo Alexandre explicou que no começo do ano a suspeita sofreu um aborto, mas não comunicou aos familiares, inclusive nem teria dito ao marido, que estaria muito empolgado com a gravidez dela. Na quinta, a amiga teria atraído Flávia para o local com a justificativa de um chá de bebê surpresa.

No local, ela atingiu a vítima com tijoladas na cabeça. Depois, com um estilete fez o corte na barriga para tirar o bebê do ventre da mãe. O estilete foi encontrado no local do crime. O corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) em Balneário Camboriú, no Litoral Norte.

“Ela [suspeita] é extremamente fria, em momento algum ela demonstrou algum tipo de arrependimento ou algum tipo de culpa em relação a toda a situação”, afirmou Silva. Já o marido dela, estava nervoso e chorou durante o depoimento ao delegado.

Estilete usado no crime — © Polícia Civil/Divulgação