Em cumprimento de mandado, PF faz buscas nas Prefeituras de Branquinha e Boca da Mata

Cumprimento faz parte da Operação Sesmaria, desencadeada nesta terça-feira (27), em diversos municípios alagoanos

Estima-se que cerca de R$ 10 milhões tenham sido desviados dos cofres públicos (Crédito: BR104)

Branquinha – Também alvo da Operação Sesmaria, o município de Branquinha, localizado na Zona da Mata alagoana, recebeu na manhã desta terça-feira (27), os agentes da Polícia Federal, auditores da CGU e da RFB para averiguação de documentação relacionadas a contratos e licitações.

A equipe do BR104 esteve na prefeitura do município e flagrou uma intensa movimentação de funcionários na sede do órgão, que teve seu funcionamento alterado para que os agentes da Polícia Federal (PF) pudessem realizar os trabalhos de averiguação. Ninguém podia entrar na sede até a conclusão dos trabalhos.

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Ainda durante a reportagem, a equipe do BR104 foi impedida pelo secretário da primeira dama, identificado apenas como Leandro, de gravar imagens de dentro do estacionamento da sede do órgão público.

Durante a reportagem, a equipe foi impedida de ter acesso ao estacionamento do órgão (Crédito: BR104)

Durante a ação, os policiais federais permaneceram durante todo o tempo dentro da sede do órgão analisando documentações de licitações da atual gestão, comandada pelo prefeito Jairinho Maia (PSDB), que não estava no local. Nossa equipe tentou conversar com os agentes federais, mas fomos informados de que eles não poderiam passar maiores detalhes sobre a operação.

A assessoria de comunicação da Prefeitura do município divulgou por meio de rede social, que não houve apreensão de documentos da gestão atual, nem tampouco prisões, e que ainda nesta terça emitirá uma nota de esclarecimento sobre o fato.

Apreensão e prisão em Boca da Mata

Já no município de Boca da Mata, um dos principais alvos da Operação Sesmaria, foram encontrados anomalias em contratos firmados entre 2013 e 2017 relativos ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e ao Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate).

De acordo com informações da CGU, o esquema consistia em desviar recursos públicos de contratos de fornecimento de combustíveis e de locação de veículos e de máquinas de município alagoanos. O prejuízo aos cofres públicos já ultrapassam R$ 4,5 milhões e podem chegar a R$ 80 milhões, considerando o total de contratos sob investigação.

Os acusados, que deverão ser acusados de fraude em licitação, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, podem ser condenados a até 50 anos de prisão. Logo nas primeiras horas da operação foram apreendidos mais de dez veículos de luxo, entre eles Range Rover, Camaro, Mercedes, entre outros.