A filha do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e ao menos dois parentes chegaram a receber parcelas do auxílio emergencial no ano passado. O benefício foi lançado pelo governo federal em 2020, com o objetivo de combater a crise econômica e ajudar famílias em situação de vulnerabilidade social. As informações das irregularidades foram divulgadas no site Metrópoles.
De acordo com a reportagem, dois filhos da irmã de Pazuello, Cynthia Pazuello, que administra as empresas do ex-ministro, foram encontrados na lista de cidadãos brasileiros contemplados pelo programa emergencial.
O filho mais novo de Cynthia, David Pazuello Franco de Sá, de 25 anos, chegou a ser contemplado com R$ 4,2 mil, que foi pago em nove parcelas distribuídas entre os meses de abril e dezembro de 2020. Além dele, uma de suas irmãs, Raquel Pazuello Silva, que reside atualmente na Califórnia, nos EUA, também recebeu o benefício.
Segundo o Portal de Transparência, Raquel chegou a receber R$ 3,3 mil do programa, e apenas o valor referente ao mês de maio do ano passado, que corresponde a R$ 600, foi devolvido.
Casos semelhantes no país
Em todo o país, durante o período pandêmico, foram constatadas inúmeras irregularidades semelhantes, em que pessoas com perfis sociais estáveis haviam recebido o benefício. Na época, o Ministério da Cidadania, juntamente com a Caixa Econômica Federal, realizaram uma análise de reprocessamento de dados com objetivo de identificar essas possíveis irregularidades.
A reanálise, no entanto, chegou a afetar cidadãos brasileiros que não estariam entre esses perfis sociais. A cada reavaliação, milhares de pessoas ficavam de fora do programa, o que gerou muito desconforto e a opção de contestar o benefício.
Mulheres excluídas do auxílio emergencial
Milhares de mães chefes de família tiveram que entrar na Justiça para receber os valores do auxílio emergencial pago pelo governo federal. Como forma de fortalecer o grupo, um perfil na rede social Instagram foi criado.
No início do mês, a Caixa Econômica Federal anunciou o pagamento retroativo do benefício para mais de 110 mil mães que tiveram o benefício congelado.