O BR104 conversou com a dona Maria Madalena Silva, viúva do vigilante José Maria Max da Silva, conhecido como Zé Maria, de 47 anos, morto a tiros dentro de uma residência na Fazenda Piroas, na zona rural de União dos Palmares. Ela afirma que está sendo acusada pela família dele de ter planejado o assassinato.
“Eu quero Justiça, porque Deus sabe do meu coração e os meus vizinhos me conhecem. Eu tenho até testemunha para provar isso, que jamais eu iria fazer uma coisa dessa. E os vizinhos sabem o que ele fazia comigo. Depois que nos separamos ele volto pior, e disse que só iria voltar pra tirar a minha vida”, desabafou.
O crime aconteceu na madrugada de segunda-feira (07/12). A vítima foi alvejada na cabeça por pelo menos cinco disparos de arma de fogo no quarto, quando estava deitada em sua cama. O enteado, um adolescente de 15 anos, se apresentou à Polícia Civil (PC) nessa quarta (9) e confessou o crime.
No entanto, Madalena não esperava que fossem acusá-la de ter planejado a morte do próprio marido. “A irmã dele chegou ontem aqui em casa dizendo que eu tenho culpa nisso. Toda a família dele está contra mim. E eu quero Justiça”, disse a dona de casa, enumerando as agressões sofridas enquanto convivia com o vigilante.
“Meus vizinhos todos sabem das ameaças que ele me fazia, bateia em mim. Já me bateu diversas vezes na frente dos meus filhos com facão, jogava a mesa em cima de mim, sempre me ameaçava”, contou a viúva, acrescentando que por medo nunca denunciou as violências que sofria à polícia.
Ela relatou que no dia anterior ao crime o casal havia tido uma discussão, que foi presenciada pelos três filho, sendo um deles de Zé Maria. Disse ainda que no fim da tarde ele e o adolescente foram trabalhar, como de costume, mas que não imaginava que o filho atentaria contra a vida do vigilante.
“Meu filho sempre trabalhava com ele. Quando discutimos meu filho não demostrou nada, ele nunca demostrava nenhuma atitude. Também não chegou pra falar nada comigo, porque se ele tivesse dito, eu jamais deixaria ele fazer. Eu cheguei a pedir para que meu filho não fosse, mas ele disse: ‘não, mainha, eu vou’ “.
A viúva contou ainda que o casal chegou a se separar por uma semana, mas acabou voltando. Entretanto, nas palavras dela, o esposo ‘voltou pior’ e que em outra oportunidade ele havia atentado contra a vida da ex-mulher, chegando arrombar a porta da casa dela com um ‘tiro de 12’.
“Ele sempre agia com violência, me agredia com palavras feias. Uma vez ele pegou uma arma e foi atrás da ex-mulher dele para matá-la. Quando chegou na casa dela, ele atirou no cadeado e entrou. Em seguida, ela saiu correndo só de babydoll e ele atrás. Ele dizia sempre: ‘você sabe o que eu fiz’, se referindo a esse fato”,
Diante das acusações sofridas, Madalena espera que o caso seja esclarecido. E, que apesar de ser filho, o menor irá pagar pelo que fez. “Ele disse que só fez isso e faria de mil vezes pela minha defesa, pois ele [marido] estava pronto pra tirar a minha vida. Seja feita a vontade de Deus. Se ele tiver que ser preso, ele vai ser”, concluiu.