Tumulto e tensão marcaram a audiência pública com representantes da Verde Alagoas, empresa responsável pelo fornecimento de água e tratamento de esgoto em União dos Palmares, e da ARSAL (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas), na manhã desta terça-feira (20/12), na Câmara de Vereadores, no Centro da cidade.
O plenário José Correia Viana foi tomado pela população, que exige explicações da empresa a respeito da nova tarifa de água e esgoto que vem sendo cobrada, sem ao menos ter água nas torneiras.
De acordo com o professor Arthur, os palmarinos entendem que o aumento anunciado pela Verde Alagoas é legal, já que foi autorizado pela ARSAL, órgão fiscalizador. Entretanto, a empresa não leva em consideração a situação atual dos cidadãos.
População na Câmara de Vereadores de União dos Palmares | © Rayanne Rodrigues
“A população entende que a taxa é legal e não ilegal, porque é a ARSAL, inclusive, que regula ela, mas ela [população] também entende que a taxa é imoral. É imoral na concepção dessa população por qual sentido? Primeiro, que isso representa um aumento real de 166,6% na conta do trabalhador e da trabalhadora palmarina”, disse o professor.
Para Arthur, é necessário que haja um estudo socioeconômico da população local, para que, posteriormente, de forma gradativa, aconteça uma alteração na taxa de esgoto, que vem mobilizando os moradores do município.
“Tem três meses que a empresa atua, e ela não apresentou nenhuma melhoria. Não só no abastecimento de água, porque parte da população ainda continua sem. Pior que isso, eu acredito que metade da população não tem tratamento de esgoto e saneamento. Se ela não tem, então como ela paga isso? Entende?”, acrescentou o professor.
Representantes da ARSAL e Verde Alagoas | © Rayanne Rodrigues
Antes dos representantes esclarecerem os motivos adotados pela empresa para o aumento na taxa de água e esgoto da cidade, eles conversaram com os vereadores de União dos Palmares. Para o vereador Carlos Praxedes, a audiência pública é esclarecedora diante da informação que a população, sobretudo a mais carente, ainda não teve acesso.
“Tivemos uma pré-reunião lá em cima, onde o jurídico da ARSAL informou que as pessoas de baixa devem fazer o cadastro. Então, são essas coisas que nós precisamos informar a população”, disse o parlamentar.
O presidente da Casa, Sandro Jorge, também explicou que, no contrato entre o município e a empresa, o aumento seria aplicado em doze meses, e a empresa assumiu as atividades em outubro deste ano.
“Pelo que consta no contrato, seria dado o aumento com doze meses. E não está com cinco meses que a empresa Verde Alagoas aderiu o contrato”, disse o vereador.