União dos Palmares perdeu quase R$300 mil enviados para construção de barragem

O diretor do SAAE do município garantiu que o recurso voltou para os cofres do Estado por falta de uso

Rio Mundaú em União dos Palmares — © BR104/Ilustração

Rio Mundaú em União dos Palmares — © BR104/Ilustração

União dos Palmares — A ordem de serviço para a construção de uma barragem de nível, orçada em R$ 291,058,69, foi assinada pelo governador Renan Filho (MDB) durante a 6ª edição do Governo Presente, no dia 7 de abril de 2017, em União dos Palmares. A medida, à época, tinha como objetivo minimizar os efeitos prolongados da estiagem na região.

Após a conclusão da nova barragem, o município teria capacidade de até 120 dias para captação da água no rio Mundaú, mesmo em períodos de pouca chuva. Mais de dois anos se passaram e, no local onde deveria ter sido construído o projeto, hoje dá lugar a alguns sacos de areia.

Em entrevista ao BR104, o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), Wellington Ferreira dos Santos, disse que o projeto chegou a ser iniciado, mas devido as fortes chuvas, as ferragens que haviam sido colocadas no local foram levadas pelas águas, além do nível do rio não ter baixado.

Passados dois anos, os problemas em relação ao abastecimento de água começam a aparecer, já que o nível do rio começou a baixar novamente. “Eu como diretor do SAAE, a minha preocupação com a falta de água, que já estamos sentindo falta dela […] falando com o prefeito Kil, ele vem sempre cobrando ao Estado a retomada da obra”, disse.

Sobre a perspectiva futura do SAAE em relação ao abastecimento de água na cidade, que cresce de forma desordenada, Wellington destacou que o reservatório já é pequeno para abastecer todo o município ao mesmo tempo. “Hoje é aquele ditado: ‘se cobre a cabeça, descobre os pés. Se cobre os pés, descobre a cabeça'”.

Wellington também afirmou que o sistema de rodízio poderá voltar no município. “A gente já está conversando com o corpo técnico do SAAE para ver a possibilidade desse rodízio. Porque quando nós trancamos em alguns lugares para chegar em lugares altos, começa a faltar em outras localidades”, frisou.

Questionado sobre onde estaria o dinheiro que seria investido na obra, o diretor da autarquia acredita que o valor está com o Estado. “O SAAE em nenhum momento pegou dinheiro nenhum e nem fizemos parte de trabalho nenhum e nem cedemos ou contratamos funcional algum. Foi tudo com o Estado”, afirmou.

“Esse dinheiro realmente ficou disponível na Caixa Econômica e como a obra que não foi executada esse dinheiro voltou. Eu acredito que para os cofres público do Estado ou na pasta de Recursos Hídricos da Infraestrutura. O dinheiro está com o Estado”, ressaltou Wellington.

O prefeito da cidade, Areski Freitas (MDB), em uma reportagem já publicada no Portal BR104, teria prometido que caso o governo não cumprisse a promessa, o município construiria uma barragem emergencial. “Se o governo não tiver finalizado ainda a barragem, a gente faz uma barragem emergencial”, garantiu à época.