União dos Palmares – Maria Rose enfrenta um terrível drama desde que seu esposo foi vítima de um atropelamento, em 21 de novembro de 2018, no município de União dos Palmares. Carlos Fernandes de Aguiar, de 50 anos, estava em seu posto de trabalho quando foi atropelado por um caminhão do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).
A partir desse dia, segundo Rose, a sua rotina mudou completamente. Com quatro filhos, o casal veio de outro estado a procura de uma oportunidade de emprego naquele município. Carlos conseguiu arrumar um trabalho na portaria de um condomínio, onde sustentava toda a família.
Certo dia, algo deu errado. Ele estava no trabalho, no Condomínio Sueca Residence Club, quando um caminhão limpa fossa do SAAE de União dos Palmares, que estava realizando um serviço nas proximidades, acabou atropelando o trabalhador. A vítima recebeu uma pancada na cabeça e teve os dedos do pé direito quebrados.
Após o acidente, o motorista do veículo, que não teve a identificação revelada, não prestou socorro à vítima e empreendeu fuga. Carlos foi socorrido por uma equipe de Resgate do Corpo de Bombeiros (CB) e encaminhado ao Hospital São Vicente de Paulo, onde recebeu atendimento médico.
Segundo Maria, a única renda que mantinha a família vinha do esposo, que hoje está acamado. Houve um acordo verbal com o diretor-presidente do SAAE, Wellington Ferreira, que prometeu uma ajuda de custo, mas sem nada documentado. “Ele me prometeu o dinheiro, de boca. Ele disse que me daria R$ 450, mas esse mês eu só recebi R$ 400 porque ele tirou os R$ 50”, relata a dona de casa.
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Ela disse ainda que o diretor da empresa pediu para que ela não procurasse a imprensa para denunciar o caso. Com medo de represálias, ela preferiu se calar. “Mandaram eu procurar a rádio, mas eu deixei o tempo passar porque não queriam que eu colocasse a “boca no trombone”. Quando meu marido disse que ia lá no SAAE, ele disse ‘não, não traga seu marido, deixe tudo encoberto’. E eu acreditei nele”, contou.
Hoje, Maria Rose pede ajuda por estar passando por problemas financeiros. “Eu estou precisando de ajuda. Tenho filho pequeno. Meu marido está lá naquela situação. Ele só dorme em uma posição e já está afetando a coluna. Eu preciso de alimentos e materiais para curativos. Enquanto eles estão por ai, meu marido está lá, sofrendo. Por isso vim aqui, sem medo, porque muitos colocaram medo para eu não chegar até aqui”, desabafa emocionada.
A equipe do BR104 entrou em contato com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e aguarda o posicionamento da empresa.
Confira a reportagem na íntegra: