
Com a mudança de governo em União dos Palmares, a atenção se volta para o futuro da influência política da família Belarmino, tradicionalmente ligada à administração pública local.
Liderada pelo vereador Almir Belo e por seu sobrinho, Alan Belarmino, que ocupou o cargo de procurador-geral durante os mandatos do prefeito Areski Freitas, a família teria controlado uma significativa quantidade de cargos comissionados e empregos, que, segundo especulações, poderiam chegar a 300.
A trajetória política de Almir Belo sofreu um abalo durante o período pré-eleitoral, quando uma operação da Polícia Federal, voltada para investigar fraudes no INSS, encontrou documentos suspeitos em sua residência.
Entre os materiais apreendidos estavam cédulas de registro de nascimento e carteiras de trabalho em branco. A operação, amplamente divulgada, gerou questionamentos sobre a relação do vereador com os esquemas investigados e resultou na retirada de seu nome como candidato a vice-prefeito na chapa de Júnior Menezes, decisão atribuída ao então prefeito Areski Freitas.
Apesar do revés, Almir disputou as eleições para vereador, conseguindo retornar à Câmara após ter seu mandato anterior cassado. A cassação ocorreu devido a uma decisão da Justiça Eleitoral, que condenou o MDB por fraude à cota de gênero, fato que afetou sua reeleição em 2020. Agora, eleito novamente, ele mantém sua posição como um dos principais líderes políticos da família.
A principal dúvida que circula nos bastidores políticos de União dos Palmares é sobre o tamanho do espaço que a família Belarmino ocupará no governo de Júnior Menezes, que assumirá a prefeitura em 2025. Júnior e Almir possuem uma relação próxima, o que pode favorecer a manutenção de posições estratégicas.
Alan Belarmino, considerado uma peça-chave nas articulações políticas da família, é cotado para seguir como procurador-geral do município. Caso essa expectativa se concretize, a família manteria uma presença importante em uma das principais funções do Executivo.