União dos Palmares – O ex-deputado Nelito Gomes de Barros, filho do ex-governador Manoel Gomes de Barros, preso por porte ilegal de arma de fogo na noite dessa quinta-feira (04), em União dos Palmares, afirmou durante entrevista ao programa Doze em Ponto, que não reagiu à abordagem policial, e que os agentes da PRF agiam o tempo todo com truculência.
Ele relatou ao apresentador Melqui Marques que estava vindo de Maceió, por volta das 14h, quando foi abordando pelos agentes em frente à Unidade Operação (PRF) do município. “Quando me aproximo do quebra-molas em frente ao posto policial, noto uma atitude estranha nos agentes. Os três policiais vêm em direção ao asfalto, e de maneira muito agressiva, apontam a arma para mim”, disse.
Nelito alegou que durante a investida, os agentes apontaram a arma para a sua cabeça, e de forma agressiva, mandaram ele descer do veículo. “Eles não me deixaram nem pegar os documentos. Numa agressividade estranha, tremenda, me fizeram descer do carro. Eu fui para a traseira do veículo, com a arma ainda apontada para a minha cabeça, me revistando de uma forma totalmente grosseira, totalmente sem nexo”.
A todo tempo, o ex-parlamentar tentava se explicar, mas era impedido. “Eu alegava que eles (policiais) estavam equivocados; que eu estava tranquilo; que sou daqui de União; que sou um homem de bem e que não havia necessidade daquilo. Eles foram revistar meu carro, abriram as portas do automóvel, revistando tudo”.
Durante a revista no interior do veículo, os agentes encontraram uma bolsa, onde dentro tinha um revólver calibre 38, marca Amadeo Rossi, registrada em nome do ex-governador, mais 15 munições de mesmo calibre. “Essa arma estava enrolada dentro de uma bolsa, que estava dentro de outra bolsa. E aí, esses ‘caras’ me levaram numa brutalidade, e eu comecei a divergir: ‘Rapaz, que atitude é essa? Isso é abuso de autoridade, eu sou um homem de bem. Não me deixavam falar. Falavam alto'”.
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A assessoria de comunicação da PRF informou que o ex-deputado teria resistido à investida, mas Nelito esclareceu que em momento algum reagiu à abordagem policial. “Não reagi. Eu estava totalmente tranquilo, em um dia tranquilo. Eu estava certo e com a consciência tranquila de que não devia nada”, explicou.
Com os ânimos apaziguados, os rodoviários fizeram uma consulta ao sistema e constataram de que o veículo do ex-parlamentar, uma Toyota Hilux, cor prata, é parecido com o de outro condutor que teria furado o bloqueio dias antes. “Eles foram lá dentro e viram que não era esse carro. Eles alegaram que achavam que era meu carro, mas era um carro com as mesmas características. E, de repente, acionaram a Polícia Militar”.
Após a chegada dos militares do 2° Batalhão de Polícia Militar (2° BPM), Nelito foi conduzido à Delegacia Regional do município para prestar esclarecimentos, onde registrou um Boletim de Ocorrência (B.O). Ele declarou ainda que pretende representar os agentes à Procuradoria.
Confira a entrevista na íntegra: