Mulher morre após parto em União dos Palmares e família acredita em negligência

Caso ocorreu na maternidade do Hospital São Vicente de Paulo. Profissionais de saúde teriam forçado o parto normal

Mulher morre após parto em União dos Palmares e família acredita em negligência — © Cortesia ao BR104

Mulher morre após parto em União dos Palmares e família acredita em negligência — © Cortesia ao BR104

União dos Palmares — Quitéria Bento de Melo, de 33 anos, morreu após sofrer hemorragia depois do parto normal do filho. O caso ocorreu no Hospital São Vicente de Paulo, em União dos Palmares. A família acredita que a equipe médica do hospital tenha sido negligente e que os profissionais de saúde teriam forçado o parto normal.

De acordo com parentes da vítima, na última terça-feira (23), a moça, grávida, entrou em trabalho de parto e deu entrada na unidade de saúde por volta de 13h. Às 15:25h, o bebê nasce. Até o momento, a jovem aparentava estar bem de saúde, mas, depois de ter dado à luz, começou a apresentar complicações.

Depois do parto, Quitéria sofreu uma hemorragia e foi encaminhada ao centro cirúrgico do hospital, onde recebeu transfusão de sangue. Logo depois, ela precisou ser encaminhada ao Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (HUPAA), em Maceió, onde não resistiu. Já o bebê foi levado para a Maternidade Santa Mônica, onde segue em coma.

“Às 18h, ela foi encaminhada para Maceió de ambulância, ela em uma e o bebê em outra. Até às 2h da manhã a gente sabia que o estado dela era crítico e não era nada fácil de resolver. Passamos a noite sem receber noticias, e a menina que estava acompanhando ela voltou, pois  ela já estava na UTI”, contou Joyse.

“Na quarta-feira à tarde, que era a hora da visita, eu fui visitar os dois. Primeiro fui ver o bebê na Santa Mônica, depois fui ver ela no HU. Chegando lá, já tinha uns seis médicos me esperando para dar a notícia. A médica que conversou comigo disse que ela já tinha saído de União em coma e já não respondia a nada. Eles tentaram reanimá-la, mas não conseguiram”, acrescentou.

A família acredita que tanto a demora e os procedimentos aplicados durante o parto quanto a demora na transferência tenham contribuído para as complicações. “Forçavam de um lado, forçaram de outro e não tinha sucesso. Isso acontecendo, no meu entendimento, já era para eles encaminharem para outro hospital. […] , disse Joyse, com base no que foi relatado pela jovem que a acompanhou a vítima durante o parto.

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Após a morte de Quitéria, Joyse foi até o hospital que realizou o parto para questionar o que tinha acontecido. Lá, ela encontrou o médico que realizou o procedimento, Dr. Edimilson, e foi informada de que até ser transferida a vítima estava bem. Agora, os parentes querem que o caso seja apurado. “Nós queremos entender de fato o que aconteceu para tomar as medidas cabíveis”.

Uma sindicância foi aberta na última quarta-feira (23) para apurar o caso. Estão sendo ouvidos todos os envolvidos. A diretora da unidade, Bárbara Heleodória, informou que o hospital só irá se pronunciar sobre o caso após o término da sindicância, com a conclusão prevista para a próxima sexta-feira (1º).

O BR104 também entrou em contato com o Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (HUPPA), mas a reportagem não teve exito, devido ao feriado do servidor público.