Morto em troca de tiros com a PM, jovem ‘fazia coisa errada para sustentar os filhos’, diz esposa

Segundo Naslane dos Santos, no dia em que o companheiro foi assassinado, a família estava com a energia cortada e sem gás de cozinha.

Naslane é esposa de Fernando e disse que ele fazia coisas erradas para sustentar os filhos | © Reprodução/BR104

Naslane é esposa de Fernando e disse que ele fazia coisas erradas para sustentar os filhos | © Reprodução/BR104

A esposa de Fernando Pedro da Silva, de 23 anos, que foi assassinado em uma troca de tiros com a Polícia Militar, após tentar furtar uma bomboniere, em União dos Palmares, disse que o jovem era um bom companheiro e que ele ‘fazia coisas erradas para sustentar os filhos’.

No dia 7 de novembro de 2021, a proprietária do estabelecimento comercial flagrou o jovem e acionou a Polícia Militar. Ao chegar no endereço, a guarnição foi recebida com tiros e revidou a injusta agressão. O rapaz foi atingido na cabeça e morreu ainda no local.

Em entrevista ao BR104, dona Maria Cícera, mãe de Fernando, confirmou que ele era envolvido com diversos roubos na cidade. Passados mais de três meses do fato, o corpo do rapaz ainda permanece no Instituto Médico Legal (IML), por problemas com a documentação.

O repórter Alexandre Tenório também conversou com a esposa dele, Naslane dos Santos. Ela contou o que teria motivado o companheiro a tentar furtar a bomboniere no dia em que ele foi morto. Segundo ela, a família estava com a energia cortada e sem gás de cozinha.

“Ele foi fazer coisa errada, porque lá embaixo nós estávamos sem energia, sem botijão de gás. Ele foi fazer uma coisa que não era para fazer, para ligar a energia de casa e comprar o botijão, mas não era para ele ter feito isso”, pontuou a mulher, que tem três filhos pequenos.

Desempregada, Naslane tem tido dificuldade para sustentar os filhos, e disse que as avós paterna e materna das crianças a ajudam com dinheiro e alimentos. E, apesar das necessidades, o que ela quer neste momento é acabar com a angústia de não poder enterrar o corpo do companheiro.

“O que a gente quer mesmo é liberar o corpo dele para enterrá-lo, e o restante, depois a gente corre atrás, porque já fazem três meses que ele está lá e até agora nada. A gente não quer deixar enterrá-lo como indigente, pois querendo ou não, ele tinha família”, disse ela, emocionada.

A reportagem conversou com a secretária de Assistência Social, Mariana Magalhães. Ela disse que a família procurou o órgão municipal, que doou o caixão para o sepultamento do jovem. Afirmou ainda que continua a inteira disposição para ajudar no que for necessário.