Feirantes que possuem bancas no Centro de União dos Palmares, e que pagam uma taxa mensal para a Prefeitura pelo uso do espaço, se queixam do aumento no valor do imposto em meio à crise provocada pela pandemia da Covid-19. Segundo eles, a cobrança está sendo abusiva.
A vendedora Dona Lúcia trabalha há mais de 10 anos na feira livre do município. Ela tem uma banca e vende frutas e verduras todos os dias. Segundo ela, antes a taxa cobrada era de apenas R$ 1. No entanto, este valor triplicou. Hoje a feirante paga R$ 6 pelo uso do espaço.
De acordo com os comerciantes, os valores são proporcionais ao tamanho das barracas, porém a taxa atual deixou os feirantes preocupados, porque diante do cenário atual e da diminuição da circulação de pessoas, esse aumento além de pesar no bolso, vem em um momento inoportuno.
“Eu não concordo com esse aumento, isso é um absurdo. […] Não é brincadeira. A gente trabalha o dia todo e quando chega em casa que vai contar o dinheiro, mal tem o dinheiro da mercadoria. A gente só não passa fome, porque Deus é maior”, disse Lúcia.
Outro fato é que os vendedores não sabem onde o dinheiro é investido, haja vista que a estrutura da feira não recebe qualquer tipo de manutenção. O banheiro do local, por exemplo, está sem porta, não tem papel higiênico e, na maioria dos dias, não chega água nas torneiras.
“[…] Não sei para quê eles usam esse dinheiro. Não sei o que eles fazem não, porque ninguém benfeitoria na feira a gente não ver não, só se for benfeitoria para eles”, disse a verdureira, que precisa de um esforço maior para vender os produtos e ainda pagar a taxa.