Família de jovem morto pela PM, em União, espera há três meses por liberação do corpo

Fernando Pedro da Silva, de 23 anos, morreu em uma troca de tiros após tentar assaltar uma bomboniere, no Centro da cidade, em novembro de 2021.

O BR104 conversou com exclusividade com a dona Maria Cícera, mãe do Fernando | © Reprodução/BR104

O BR104 conversou com exclusividade com a dona Maria Cícera, mãe do Fernando | © Reprodução/BR104

A família de Fernando Pedro da Silva, de 23 anos, espera há mais de três meses pela liberação do corpo do jovem, que foi assassinado no dia 7 novembro do ano passado, em União dos Palmares, na Zona da Mata de Alagoas, durante uma tentativa de assalto a uma bomboniere.

Na época do acontecimento, a proprietária do estabelecimento comercial, que fica no Centro da cidade, percebeu a presença do suspeito e acionou a Polícia Militar. Ao chegar no endereço, a guarnição foi recebida a tiros e revidou. O rapaz foi atingido na cabeça e morreu ainda no local.

O portal BR104 conversou com exclusividade com a dona Maria Cícera, mãe de Fernando, que confirmou que o filho era envolvido com diversos roubos na cidade. “Eu não vou mentir, ele roubava muito e não queria trabalhar, só vivia pegando no que era dos outros”, afirmou.

Ela contou que o jovem não tinha nenhum documento de identidade com foto, o que tem dificultado a liberação do corpo para sepultamento. O Instituto Médico Legal (IML) explicou que, por conta disso, o corpo só pode ser liberado após identificação realizada por exames, assim como dita a legislação.

Entretanto, essa longa espera tem sido motivo de muita angústia aos entes queridos, que ainda não puderam se despedir de forma digna. Maria diz que ainda tem esperança de enterrar o filho, e se emociona ao falar dos netos, que segundo ela, têm passado fome e os ajuda naquilo que pode.

“Os bixinhos todos passando fome, todos nus. Ontem mesmo fui levar cem reais para comprar fraldinha, leite para a menininha nova que ele tem. O outro pequenininho estava nu, despido lá. Eu disse ‘tem nada não, vou juntar umas roupinhas dos meus netos e vou levar para ele'”, disse a aposentada, emocionada.

A reportagem conversou com a secretária de Assistência Social, Mariana Magalhães. Ela disse que a família procurou o órgão municipal, que doou o caixão para o sepultamento do jovem. Afirmou ainda que continua a inteira disposição para ajudar no que for necessário.

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