União dos Palmares – Durante entrevista ao programa Doze em Ponto, na última segunda-feira (29), o diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de União dos Palmares, Wellington Ferreira, admitiu que Maria Rose, esposa da vítima que teve o pé mutilado após ser atropelado por um caminhão da autarquia, havia o procurado dizendo que queria ir à Justiça, mas ele a orientou que não fosse, garantindo que cumpriria o acordo.
Apesar do SAAE ter um corpo jurídico, Wellington disse que houve apenas um acordo verbal entre as partes envolvidas, ficando definido o pagamento mensal de R$ 900. “A partir do momento em que foi acordado um acordo entre a família, a minha pessoa e a pessoa do Júnior, não pensei em procurar o jurídico, porque já foi acordado e a gente foi mantendo esse acordo [SIC]”, afirmou ele.
Entretanto, o diretor admitiu ainda que o valor repassado diminuiu. Segundo ele, o valor teria sido um novo acordo feito entre o empregador e a vítima, onde ele passaria a pagar R$ 400 e o empregador R$ 350, totalizando R$ 750 – R$ 150 a menos do que prometido em um primeiro momento, o que destaca a vulnerabilidade da vítima, dependente de um acordo de cavalheiros para receber o valor da indenização devida.
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Sobre ter orientado a dona de casa a não denunciar o caso à imprensa, Wellington contou que no dia em que Rose foi receber o pagamento, ela teria relatado que estaria sendo pressionada a procurar a Justiça. Entretanto, a mulher foi orientada a não ir, já que o acordo estava sendo cumprido. “Mas por que colocar na Justiça? Eu não estou cumprindo? Só foi isso que eu disse a ela. Se a gente tá cumprindo um acordo que ela mesmo firmou conosco”, disse.
Questionado sobre de quem teria sido a culpa do acidente, o diretor da autarquia disse que não tem como culpar ninguém pelo ocorrido, e que houve um equívoco do advogado do SAAE, Marco Paulo Rodrigues de Oliveira, ao declarar, em entrevista à Rádio Quilombo, que “a culpa é “exclusiva” da vítima”.
Confira a entrevista na íntegra: