União dos Palmares — Candidatos ao Conselho Tutelar de União dos Palmares entraram com uma ação na Defensoria Pública (DP) para pedir a anulação da prova realizada no último dia 9 de julho, que dá o direito do candidato seguir no processo de seleção ao cargo. Eles denunciam que tiveram diversas irregularidades durante a aplicação do certame.
Em entrevista ao programa Doze em Ponto desta quinta-feira (01), Pedro José, que participou do processo, destacou alguns dos pontos que motivaram o pedido de anulação, acrescentando inclusive que a empresa responsável pela aplicação da prova está sendo alvo do mesmo processo em Maceió.
Dentre as irregularidades, Pedro destacou que foram criadas regras, através de uma Lei Municipal, que não constavam no edital divulgado Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), como por exemplo: a obrigatoriedade da apresentação do certificado do curso de informática.
No dia do certame, ainda segundo o candidato, além do aplicador chegar após o horário determinado, as provas chegaram em um envelope aberto, sem qualquer tipo de segurança. “Nem um grampeador tinha no envelope. Um envelope amarelo, comum e aberto. Ele simplesmente já foi tirando do envelope sem nenhum tipo de fiscalização”, pontuou.
“Ao entregar a prova, ele observou que existia material didático e celular do pessoal ao alcance da pessoas, e ele questionou: ‘olha, vamos guardar o material’. E nesse questionamento pessoas começaram a indagar: ‘não, mas e o edital?’. Ele mesmo demonstrou insegurança quanto ao que dizia o edital, porque em um dos momento perguntou: ‘mas o que diz o edital?'”, acrescentou.
Pedro contou que não houve qualquer tipo de fiscalização durante a realização do certame, e que diversas pessoas fizeram a prova com o auxílio de aparelho celular e consultando as apostilas. “Houve durante todo o percurso da prova diálogos, conversas, brincadeiras. Inclusive, um atual conselheiro chegou a indagar em tom de brincadeira se poderia colar. O professor fez de ouvido de mercador, não deu atenção”, afirmou.
+ Aprovada lei que permite conselheiros tutelares serem reconduzidos ao cargo
“Houve um detalhe, também, que na prova só pedia para colocar o RG e CPF, e o pessoal questionou. Ele [o professor] não soube explicar o por que daquilo ali, que conversando com o promotor, ele nos informou que o correto é ter apenas o número do documento, porque para quem for corrigir não saiba de quem está corrigindo a prova. Entretanto, alguns candidatos colocaram o nome”, disse.
Outros fatos também foram pontuados pelo candidato. Entre eles, a questão do professor ter se ausentado da sala e iniciado a correção das provas enquanto os candidatos ainda estavam em sala; prazo para pedir recurso; divulgação oficial da lista dos candidatos e divulgação da campanha eleitoral, entre outras irregularidades.
CDMCA admite erro na correção da prova
Recentemente, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) admitiu que houve erro na correção das provas. Segundo o coordenador do processo eleitoral, Sérgio Rogério, ao corrigir as provas, o professor não teria visto e nem “somado a nota do verso do gabarito de três candidatos”.
Entretanto, o mesmo erro não aconteceu com as notas dos outros 18 candidatos, que não sofreram alterações, como mostra o edital. A empresa responsável pela aplicação da prova foi a Farol Consultoria.
Com a revisão, os novos candidatos habilitados a prosseguirem no processo de seleção ao Conselho Tutelar foram: Dorilene Miranda Silva de Moura, José Helder Ferreira da Silva e Luciano Leandro do Nascimento. Agora, 21 candidatos participam do processo eleitoral.
Confira a entrevista na íntegra: