União dos Palmares — Mais um fantasma do desemprego volta a assombrar o município de União dos Palmares, na Zona da Mata alagoana. Com o fechamento de indústrias importantes, consideradas as maiores geradores de empregos da cidade e região, o município começa a sentir os efeitos da balança do emprego fixo e temporário, justamente nessa época de fim de ano.
Com o encerramento das atividades sucroalcooleira, a Usina Laginha fechou as portas em 2018. Aproximadamente 3 mil postos de trabalhos foram encerrados, agravando ainda mais a crise. Outra indústria importante pelo porte e pela quantidade de funcionários, a SDI, terceirizada a Pepsico, encerrou suas atividades em setembro de 2018. Mais de 120 funcionários foram demitidos.
Com o fechamento dessas duas empresas, mais 3 mil funcionários perderam os seus postos. Mesmo com a chegada de outras empresas na cidade, mais precisamente no setor do comércio varejista, o número de empregos com carteira assinada nem de longe se aproxima do número citado.
A balança continua desigual. Muitos pais de famílias são obrigados a procurarem outros estados e a oportunidade para serem reinseridos no mercado de trabalho. É o caso do soldador Marcelo Simão, que há três anos vive com a família no município de Uberaba, interior do estado de Minas Gerais.
“Por falta de emprego em União dos Palmares, eu tive que vim para cá. Assim como eu, muitas outras pessoas também agem com a mesma atitude. Hoje aqui em Uberaba, eu tenho minha profissão, graças a Deus. Sou soldador industrial desse processo e a cada dia as oportunidades só aumentam”, contou Marcelo.
Emprego temporário
Dezembro chegou! E com ele o aquecimento do comércio local. E para dar conta de tanto movimento, os lojistas e comerciantes de União dos Palmares preparam oportunidades para quem está querendo ser inserido ou reinserido no mercado de trabalho, os chamados empregos temporários.
A retomada da expectativa do crescimento das vendas no comércio local neste fim de ano, faz surgir a esperança do tão sonhado emprego, mesmo que seja temporário. A jovem Anielly das Neves é um exemplo. Ela foi contratada para o cargo de vendedora, após quinze dias sem emprego.
Ela mostra desenvoltura para as vendas e segue confiante com o seu desempenho nesse novo emprego, mesmo não sendo fixo. “Está sendo uma experiência muito boa. Eu espero que quando as festas passarem, eu seja uma das contratadas”, disse a vendedora.
Para Jailton, proprietário da loja, a expectativa é mesma. Com o aquecimento das vendas, ele pretende contratar ao todo 10 funcionários. “Até o início de novembro as coisas andavam meio devagar, mas agora o movimento começou a acelerar e está bem melhor o movimento”, ressaltou.
A procura por emprego tem sido feita diretamente nas lojas e o Sistema Nacional de Emprego (SINE), segundo dados do órgão local, basicamente não recebe visita de candidatos em busca de emprego. No último mês, aproximadamente 10 pessoas procuraram o serviço.
