Caso Elisângela: Assassino diz ter matado vítima para não morrer

Juntos há aproximadamente 1 ano e 8 meses, há sete meses Mário descobriu que Elisângela era garota de programa e tinha um marido

O autor convivia com vítima há aproximadamente um ano e oito meses, sendo que há sete meses descobriu que Elisângela era garota de programa e tinha um marido — © Gustavo Lopes/BR104

O autor convivia com vítima há aproximadamente um ano e oito meses, sendo que há sete meses descobriu que Elisângela era garota de programa e tinha um marido — © Gustavo Lopes/BR104

União dos Palmares — Foi preso nesta quarta-feira (05) Mário Ferreira dos Santos, conhecido como “Olho de Vidro”acusado de ter matado Elisângela Maria Barbosa, de 33 anos, com diversos golpes de faca. O crime aconteceu no dia 31 de maio, na rua Jardim Brasília, no bairro Sagrada Família, próximo a um bar da região. A informação foi confirmada pelo delegado Regional Valter do Nascimento Rocha.

Em entrevista ao portal BR104, Mário contou que no dia do assassinato ligou para a vítima e combinou um encontro, às 19h, no bar onde ocorreu o crime, sendo que Elisângela chegou acompanhada de um terceiro indivíduo, que não foi identificado. “Quando ele chegou, olhou pra mim e no meu ver ele estava armado”, disse.

Momentos depois, o autor pediu um beijo e a vítima negou-se a lhe dar. Nesse momento, o criminoso puxou uma faca que estava em sua cintura, desferiu um golpe no pescoço da vítima, atingindo-a fatalmente. O socorro médico chegou a ser acionado, mas ao chegar no local a mulher já estava sem vida.

“Eu era acostumado a toda vez que a via dar um beijo. Quando eu tentei beijá-la, ela se recusou e entrou para o bar. Eu disse: ‘Olha, amor, e é assim é?’. Depois o cara caminhou para perto de mim, foi ai que puxei a faca e furei ela. Eu não conhecia esse homem”, explicou o acusado.

Após o crime, Mário evadiu-se de sua residência levando consigo sua companheira, pessoa com quem mora, escondendo-se na zona rural, escapando ao flagrante. Três dias após o crime, ele compareceu à delegacia, apresentando-se espontaneamente para dar sua versão sobre o fato, alegando que a vítima estaria planejando o seu assassinato.

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Segundo ele, o mesmo já havia esgotado todos os seus recursos financeiros e naquele ato, a vítima estaria com aquele terceiro indivíduo para concluir o plano de matá-lo. “De forma célere, já havia sido instaurado inquérito para apurar o caso, o qual já se encontrava em estado avançado de investigação, inclusive com a identificação do autor e uma representação por sua prisão preventiva. Celeremente sua prisão foi decretada e cumprida pela Polícia Civil de União dos Palmares”, destacou o delegado.

Suspeito se entregou à polícia e foi liberado

O delegado Valter do Nascimento esclareceu que no dia do crime Mário tinha se evadido do local, mas compareceu três dias depois na delegacia para se entregar, dizendo que não havia outras alternativas para ele a não ser fugir permanentemente da polícia, tentar um suicídio ou se entregar. Após esclarecimentos, o suspeito foi liberado, tendo posteriormente a prisão preventiva decretada.

“Ele resolveu se entregar. O inquérito já havia sido instaurado, as pessoas já tinham sido ouvidas e nós representamos pela prisão preventiva dele, que foi decretada hoje e fielmente cumprida pelos agentes de polícia de União dos Palmares. Ele se encontra à disposição da Justiça e deve ser encaminhado ao Sistema Prisional da capital alagoana”, explicou o delegado.

Se eu não matasse, eu morreria

Ainda durante a entrevista, Mário se disse arrependido e afirmou que se não tivesse cometido o crime teria morrido. “Eu só tirei a vida dela por conta dessa ligação, e se eu não tivesse feito isso eu iria morrer. Eu fiz forçado e apulso. Eu tinha toda certeza, pois na quinta chegou dois homens lá”, disse.

Relação antiga: ‘Eu dava tudo pra ela’

O autor convivia com vítima há aproximadamente um ano e oito meses, sendo que há sete meses descobriu que Elisângela era garota de programa e tinha um marido, mas este se encontra atualmente no estado de Minas Gerais. Ele acrescentou que a vítima o conheceu através do WhatsApp – aplicativo de troca de mensagens.

Mário já teria tentado uma separação, mas Elisângela teria dito que o amava. “Eu disse: ‘Nega, vamos separar? Ela disse: ‘Edinho, eu lhe amo, eu lhe gosto’. Era todos os dias. Eu saia com ela todos os dia, quando não era pelo dia era pela noite. Vendi dois carros, duas motos e metade de uma terra pra gastar com ela”, contou.

Confira a entrevista exclusiva na íntegra: