O BR104 foi às ruas do município de União dos Palmares, para ouvir a opinião da população sobre a Coronavac, uma das vacinas contra a Covid-19. Com respostas bastante divergentes, os palmarinos responderam ao repórter Alberto Wanderley, se eles pretendem se vacinar.
Muitos ainda não confiam na eficácia do imunizante, como é o caso de Edson, um dos entrevistados, que acredita que a vacina ‘já vem contaminada’. “Eu mesmo não tomo. Eu acho que ela vai colocar mais doença no ser humano, pois tem gente falando que tomou [a vacina] e ficou doente novamente”.
Com uma opinião diferente, Ailton, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, afirmou que se vacinaria sem restrição nenhuma, já que é a única forma – até o momento – de se proteger contra o vírus. E ressaltou que não adianta ser vacinado e não se proteger das aglomerações.
União dos Palmares recebeu os primeiras lotes da Coronavac no último dia 20 de janeiro. Para o município, foram disponibilizadas 342 doses do imunizante. A campanha de vacinação teve início no dia 21, durante um ato simbólico que foi realizado em frente ao Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).
Na primeira etapa, foram vacinados os funcionários e idosos – maiores de 60 anos – da Casa do Pobre; os profissionais que trabalham na rede de frios, nas síndromes gripais e na unidade de saúde, sejam eles médico, enfermeiro, dentista, ASB e técnicos de enfermagem; os trabalhadores do CTA, laboratórios do município, Samu e motoristas.
Coronavac
Os testes para os estudos clínicos com a CoronaVac começaram em julho de 2020 em 8 estados brasileiros. O estudo foi realizado com 13.060 voluntários – todos profissionais da saúde e expostos diariamente à Covid-19. A vacina foi criada na China pela farmacêutica Sinovac. No Brasil, a parceria com transferência de tecnologia é com o Instituto Butantan.
Metade do grupo recebeu placebo e a outra metade tomou a vacina. Desde o início dos estudos, 252 pessoas foram infectadas: 167 do grupo placebo e 87 que tomaram a vacina. Entre os vacinados, não houve nenhum caso grave e nem moderado.
A vacina é feita com o vírus inativado, uma tecnologia muito utilizada entre as produções do Butantan: o vírus é cultivado e multiplicado numa cultura de células e depois inativado por meio de calor ou produto químico. Ou seja, o corpo que recebe a vacina com o vírus —já inativado— começa a gerar os anticorpos necessários no combate da doença.
A aplicação da CoronaVac ocorre em duas doses, sendo a segunda entre 14 e 28 dias após a aplicação da primeira. Os efeitos mais comuns apresentados após a vacina foram: dor no local da aplicação e dor de cabeça após a primeira dose. Mas não foram registrados efeitos adversos graves e de interesse especial relacionados à vacinação.
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