18 de junho de 2021: Onze anos da maior catástrofe natural de Alagoas

Foram 19 cidades atingidas e mais de 200 mil pessoas afetadas, entre desabrigados, desalojados, desaparecidos e mortos.

Local atingido pela enchente de 2010 — © Gazeta do Povo

Local atingido pela enchente de 2010 — © Gazeta do Povo

Hoje, dia 18 de junho, completa 11 anos da maior catástrofe natural já registrada no estado de Alagoas. Nesta data, em 2010, milhares de famílias perderam tudo, quando o nível do rio Mundaú subiu, invadiu ruas e causou estragos nunca antes vistos na região do Vale do Mundaú.

Foram 19 cidades atingidas e mais de 200 mil pessoas afetadas, entre desabrigados, desalojados, desaparecidos e mortos. Nas regiões mais afetadas, as pontes, ruas e redes de eletrificação foram totalmente destruídas, como no município de União dos Palmares, um dos mais atingidos pela tragédia.

A última cheia no município havia ocorrido há dez anos, em 2000. Segundo relatos dos moradores, esta não chegou nem perto da registrada no ano de 2010. A inundação foi tão intensa que as águas chegaram até a ladeira de acesso ao Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).

Os mais atingidos pela cheia de 2010 foram justamente os povoados quilombolas localizados às margens do Rio Mundaú, que simplesmente desapareceram na correnteza. Para conseguirem escapar, as pessoas subiram em árvores e no telhado das casas para sobreviverem.

Rio Mundaú em União dos Palmares — © Reprodução

De lá para cá, muita coisa mudou, mas existem aqueles que além de terem perdido tudo na tragédia, até os dias de hoje convivem com a esperança de terem uma moradia nova. Por outro lado, muitos celebram a vida, pois acreditam terem escapado da morte.

Além de União dos Palmares, os municípios atingidos pelas enchentes foram:

• Branquinha

• Anadia

• Atalaia

• Satuba

• Jundiá

• São José da Laje

• Jacuípe

• São Luís do Quitunde

• Matriz de Camaragibe

• Paulo Jacinto

• Quebrangulo

• Murici

• Santana do Mundaú

• Capela

• Cajueiro

• Viçosa

• Rio Largo

• Maragogi

• Marechal Deodoro

• Joaquim Gomes

Sobrevivência

Em 2019, o BR104 mostrou a história da dona Lúcia Maria Correia de Lima, de Branquinha. Ela foi levada pela enxurrada e só conseguiu se salvar porque conseguiu agarrar um botijão de gás que boiava nas águas até chegar em Murici, onde ficou presa numa árvore, sendo resgatada no dia seguinte.

“Ainda chovia, mas de forma fraca. Por volta das 16h30 do sábado, o rio começou a baixar e, por volta das 17h, vários homens conseguiram me socorrer. Um deles amarrou um fio na cintura e mergulhou, enquanto os outros o seguravam. Ele mandou eu apoiar nas costas dele e me levou até o outro lado”, contou.

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