Justiça de Alagoas usa Inteligência Artificial para organizar processos

Análises de processos que levariam meses serão realizados em poucas horas com o softwares desenvolvido em parceria com a Ufal

Tribunal de Justiça de Alagoas vai usar Inteligência Artificial para identificar processos — © Reprodução

Tecnologia — A Inteligência Artificial (IA) está se disseminando em setores diversos no Brasil. A intenção, é facilitar cada vez mais os protocolos que existem em determinadas áreas, encurtando os  serviços que passariam dias para serem finalizados.

Com um passo a frente, o Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), juntamente com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), desenvolveu um software que tem a capacidade de identificar em poucos minutos, processos judiciais que levariam meses para serem identificados da forma tradicional.

O que torna esse sistema mais interessante, é sua eficácia, que tem uma assertividade acima de 95%. Apelidado de Hércules, o primeiro robô do Judiciário em Alagoas, será inicialmente utilizado no Sistema de Automação da Justiça (SAJ), na 15ª Vara Cível da Capital Fazenda Municipal.

Para o TJ/AL, esse setor é a unidade judiciária com mais volumes de processos dentro do Estado de Alagoas. Segundo o presidente, desembargador Tutmés Airan de Albuquerque, o sistema não irá substituir os servidores, e sim, ser utilizado em tarefas repetitivas, para auxiliar os servidores que estariam encarregados de executarem essas tarefas, colocando-os em outros serviços.

“O que pretendo é que o servidor que fazia isso já possa ajudar o magistrado em outras atividades, aumentando a produtividade da unidade judiciária. O nosso servidor vai ficar emancipado para ajudar na atividade-fim, que é o que interessa para a população, que o Poder Judiciário julgue. A população não quer saber se o servidor trabalhou identificando uma petição intermediária, ela quer saber do julgamento de seu processo”, esclarece o desembargador.

Desembargador Tutmés Airan e o diretor adjunto de TI  José Baptista — © Adeildo Lobo

De acordo com o juiz Sandro Augusto dos Santos, da 15ª Vara Cível da Capital, uma das principais dificuldades que o órgão encontra, é a grande quantidade de processos em tramitação a serem executados.

Segundo ele, esse número chega a mais de 60 mil processos em tramitação, além das execuções fiscais. Esses processos são decorrentes da grande quantidade de contribuinte na capital alagoana que tem mais de um milhão de habitantes.

Segundo o professor Krerley Oliveira, coordenador do Laboratório de Estatísticas de Ciência dos Dados da UFAL, o sistema irá desenvolver soluções para o Poder Judiciário, com uma formação de mão de obra para o desenvolvimento do estado.