Instituto Campus Party pretende implantar laboratórios de robótica em Alagoas

A cidade de União dos Palmares está entre as escolhidas, e o espaço onde será realizado será chamado de "Espaço Quilombo de Robótica" 

Projeto pretende capacitar jovens por meio de cursos de robótica (Crédito: Divulgação/Secom-JP)

Projeto pretende capacitar jovens por meio de cursos de robótica (Crédito: Divulgação/Secom-JP)

O Instituto Campus Party idealiza um projeto que viabiliza diminuir a distância que os jovens ainda tem, da tecnologia no Estado de Alagoas. A ideia é um laboratório de robótica que irá capacitar crianças e adolescentes de comunidades carentes do Estado. O primeiro município que será beneficiado é o de União dos Palmares. Porém, esse investimento depende de apoio das iniciativas públicas e privadas.

De acordo com o Instituto, 10 laboratórios serão implantados no estado por meio do projeto “Include”. 1 laboratório de informática será implantado em Maceió e os 9 restantes, será dividido entre os interiores com maior índice de carência no estado.

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Em União dos Palmares, cidade onde é localizado a Serra da Barriga, Patrimônio Cultural do Mercosul, que em sua história no decorrer do tempo abrigou o Quilombo dos Palmares. Conhecido internacionalmente como o maior residencial da população negra do Brasil Colonial, receberá o “Espaço Quilombo de Robótica”. A escolha do nome se da por conta da referência que o Quilombo dos Palmares representa na história brasileira.

Serão chamadas crianças de regiões periféricas do município, de escolas públicas e do Quilombo do Muquém, o critério é que tenham entre 10 e 18 anos. Não são necessários requisitos escolares. Priorizaremos negros e pobres, sendo metade das vagas para meninas. Dentre esses fatores, o mais importante é a pobreza e falta de acesso à tecnologia”, contou em detalhe o coordenador do projeto no estado, Rafael Augusto.

O município será monitorado por um morador da cidade, Claudio Caíque, formado em sistema de informações e irá atuar no programa de forma voluntária.

Caíque desenvolveu um aplicativo que tem como objetivo, informar de forma gratuita à população sobre possíveis enchentes, uma vez que o município onde mora sofreu com esse acontecimento no ano de 2010. Onde uma enchente destruiu casas e patrimônios públicos nas proximidades do Rio Mundaú, prejudicando ainda mais a população carente da região.

Vivo em uma comunidade que ainda engatinha em termos de tecnologia, pouquíssimos são os jovens que têm acesso a este universo. O projeto Include representa um marco, a realização de um sonho“, disse Caíque, que além de atuar voluntariamente no programa, teve sua vida mudada com à tecnologia.

A proposta do Instituto é que o “Espaço Quilombo de Robótica” comece a funcionar ainda este ano (2019), e que possa atender aproximadamente 75 jovens a cada semestre.

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Como funciona o Projeto Include

O projeto Include, tem como objetivo, promover a inclusão digital e tecnológica em comunidades carentes. A meta do projeto é implantar cerca de 10 mil laboratórios de robótica no país. Os primeiros já estão funcionando, um em Canudos, interior do Estado da Bahia, e a outra unidade também funciona no mesmo estado, apenas em uma cidade diferente.

Há também um laboratório no Paraná e um em Brasilia. De acordo com o Instituto, além do Estado de Alagoas, cerca de 100 novos laboratórios serão implantados no estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte e em Rondônia.

A ideia é combater a exclusão digital que ainda existe no país, principalmente nas comunidades carentes, e aproximar jovens de classe baixa da tecnologia. Visando beneficiar não apenas esses jovens, mas a localidade onde eles abitam. O curso dura 5 meses e será realizado aos sábados.

Durante a semana, o laboratório fica aberto para o uso e experimentação dos alunos, acompanhados de um monitor. Após os 5 meses de aulas, os alunos podem continuar frequentando o laboratório. As atividades desenvolvidas serão desenho em 3D com software livre, projetos e impressão 3D, conceitos de programação, eletrônica, Arduino e software livre, além de oficinas com drones e óculos 3D”, disse o coordenador do instituto.