
Falar sozinho é uma prática comum que muitas pessoas consideram um comportamento estranho, mas a ciência aponta que o hábito, conhecido como “auto-fala,” pode beneficiar o cérebro. Estudos mostram que esse diálogo interno, principalmente em voz alta, é uma estratégia eficaz para aumentar o foco, a memória e até mesmo a motivação, com benefícios reais na resolução de problemas e controle emocional.
Pesquisadores como o psicólogo Ethan Kross, da Universidade de Michigan, explicam que falar consigo mesmo pode criar uma “distância psicológica” em relação aos próprios problemas, ajudando na reflexão e avaliação objetiva.
Estudos da Universidade de Wisconsin-Madison também revelaram que repetir o nome de um objeto ao procurá-lo em um ambiente, por exemplo, melhora a memória e a percepção visual, acelerando o processo de encontrá-lo .
De acordo com o psicólogo Gary Lupyan, essas descobertas indicam que a linguagem é mais do que uma ferramenta de comunicação; ela é um recurso mental poderoso. Falar em voz alta, seja para se orientar ou motivar, permite que a pessoa organize e aprofunde seus pensamentos. Assim, essa prática também melhora a capacidade de se concentrar e monitorar o próprio desempenho em tarefas diárias, como destacou um estudo publicado no Quarterly Journal of Experimental Psychology .
O hábito, no entanto, deve ser mantido positivo e realista, já que auto-mensagens negativas em excesso podem afetar a autoestima. Especialistas sugerem usar um tom encorajador e manter o diálogo em segunda ou terceira pessoa, o que ajuda a reforçar a autoconfiança e a autocompreensão. A prática, que ocorre naturalmente em crianças ao se autoorientarem, pode ser uma aliada importante também para adultos que buscam melhorar o controle emocional e o desempenho em tarefas .