Saúde — No último domingo do mês de janeiro, foi celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hanseníase. Conhecida na antiguidade como lepra, a hanseníase faz com que o Brasil ocupe a 2ª posição no mundo, entre os países acometidos pela doença, ficando atrás somente da Índia.
No entanto, a doença não deixa sequelas quando detectada, diagnosticada e tratada rapidamente após os primeiros sintomas. De acordo com a médica Káthia Tenório, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), só na última década, foram registrados no país cerca de 30 mil novos casos por ano.
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade e acomete principalmente a pele e os nervos periféricos do paciente. Na pele aparecem, inicialmente, manchas claras ou avermelhadas que podem levar à perda da sensibilidade ao frio, calor, dor ou toque.
A transmissão ocorre quando uma pessoa tem um contato prolongado com o doente da forma transmissora, a multibacilar, que não se encontra em tratamento. O contágio pode se dar, por exemplo, pelo contato com gotículas de saliva ou secreções do nariz.
A médica destaca que grande parte da população tem resistência natural contra a doença, ou seja, não a desenvolve quando infectado. A hanseníase tem cura e o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente do diagnóstico ao tratamento.
“O tratamento deve ser realizado de maneira regular, para que a doença não retorne. Quanto mais cedo se iniciar o tratamento, menores as chances de se ter sequelas, como incapacidade física, além de favorecer a interrupção da cadeia de transmissão”, explicou.
Sintomas
O período de incubação do vírus da doença, ou seja, tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção, dura em média de 2 a 7 anos. Assim que os sinais aparecem, progridem lentamente.
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são:
- Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor, que podem estar principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.
- Áreas com diminuição dos pelos e do suor.
- Dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas.
- Inchaço de mãos e pés.
- Diminuição sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés, devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
- Úlceras de pernas e pés.
- Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
- Febre, edemas e dor nas articulações.
- Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz.
- Ressecamento nos olhos.