Diversos fatores durante a gestação têm sido associados a um aumento no risco de desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em bebês. Embora a predisposição genética desempenhe um papel importante, estudos científicos indicam que certas condições maternas e ambientais também podem impactar o neurodesenvolvimento fetal, influenciando a probabilidade de autismo.
Compreender esses fatores é essencial para que gestantes e profissionais de saúde possam adotar práticas e medidas preventivas, reduzindo riscos e promovendo um ambiente mais saudável para o bebê desde o início.
Entre os fatores identificados, estão a idade avançada da mãe, intervalos curtos entre gestações, exposição a poluentes, altos níveis de estresse e deficiências nutricionais.
Cada um desses elementos afeta de maneira particular o desenvolvimento do feto, principalmente o sistema nervoso central, responsável pelo desenvolvimento cerebral. Ao destacar esses pontos, especialistas orientam que uma gestação saudável pode incluir monitoramento, alimentação equilibrada e suporte emocional, promovendo assim o bem-estar da mãe e do bebê.
Entenda como cada um desses pontos pode afetar o bebê:
1. Idade Materna Avançada
Gravidezes em mulheres acima dos 35 anos apresentam um risco ligeiramente maior para o desenvolvimento de autismo no bebê, segundo estudos de saúde materna e genética. Com o passar do tempo, os óvulos sofrem um processo de envelhecimento natural, o que pode resultar em alterações genéticas e epigenéticas, afetando o desenvolvimento neurológico do feto.
Essas mutações espontâneas nos óvulos são mais frequentes com o aumento da idade materna e podem influenciar a predisposição do bebê ao autismo. Além disso, a idade avançada está associada a um risco maior de complicações na gravidez, como hipertensão gestacional e diabetes, que também podem impactar o desenvolvimento fetal.
No entanto, é importante lembrar que a idade materna não é um fator isolado, e diversas condições de saúde e fatores ambientais podem interagir para determinar o risco de TEA.
2. Intervalo Curto entre Gestações
Estudos apontam que intervalos inferiores a um ano entre gestações aumentam a chance de TEA no bebê, pois o organismo materno necessita de um período adequado de recuperação. A
pós uma gestação, o corpo da mulher passa por alterações fisiológicas e hormonais que demandam tempo para normalização e reposição de nutrientes essenciais, como o ferro e o ácido fólico, cruciais para o desenvolvimento fetal. Sem o tempo adequado de intervalo, o organismo materno pode enfrentar deficiências nutricionais que interferem no desenvolvimento neural do bebê, aumentando o risco de complicações.
Estudos publicados na literatura médica sugerem que o intervalo ideal entre gestações deve ser de pelo menos 18 meses, promovendo uma recuperação completa do organismo e uma nova gestação com menor risco de autismo e outras complicações.
3. Exposição a Poluentes Ambientais
A exposição a poluentes ambientais, como as partículas finas (PM2,5) emitidas por veículos e indústrias, pode impactar negativamente o desenvolvimento neurológico do bebê.
Durante a gravidez, esses poluentes podem atravessar a barreira placentária, chegando até o feto e afetando o desenvolvimento de seu cérebro. Estudos apontam que gestantes expostas a níveis elevados de poluentes atmosféricos apresentam um risco maior de ter filhos com TEA.
Esses poluentes influenciam processos inflamatórios e o desenvolvimento de neurocircuitos fetais. Especialistas recomendam que gestantes evitem ambientes com poluição elevada e busquem locais mais ventilados e com baixa concentração de poluentes, sempre que possível, para reduzir os riscos para a saúde do bebê.
4. Estresse e Traumas Maternos
Situações de estresse e traumas emocionais durante a gravidez podem influenciar o desenvolvimento neurológico do bebê e elevar o risco de TEA. Sob estresse, o organismo materno libera níveis elevados de cortisol, hormônio que atravessa a placenta e atinge o feto, interferindo na formação de neurocircuitos.
Estudos revelam que a exposição prolongada ao estresse durante a gravidez impacta o sistema nervoso central do bebê, afetando seu desenvolvimento emocional e neurológico. Especialistas recomendam que gestantes busquem estratégias de gerenciamento de estresse, como terapias, exercícios de respiração e apoio psicológico, para minimizar os efeitos e promover uma gestação mais saudável.
5. Deficiências Nutricionais
Deficiências nutricionais, principalmente de ácido fólico e vitamina D, são fatores que podem aumentar o risco de autismo no bebê. O ácido fólico é essencial para a formação do tubo neural do feto e sua falta está associada a malformações e ao aumento do risco de autismo.
A vitamina D, por sua vez, desempenha um papel crucial no desenvolvimento cerebral e no sistema imunológico. Estudos sugerem que gestantes com baixos níveis de vitamina D apresentam maior propensão a terem filhos com TEA. A orientação médica para uma suplementação adequada e uma dieta rica em nutrientes são essenciais para garantir a saúde e o desenvolvimento do bebê.