Prefeitura de São José da Laje é investigada por “sumir” com dinheiro do servidor

Segundo o processo, a prefeitura deixou de repassar R$167.043,10, dos servidores da prefeitura para a Caixa

Prefeito da cidade de São José da Laje, Rodrigo Valença — © BR104

Um processo que tramita no Tribunal de Contas do Estado (TCE-AL), investiga o município de São José da Laje, por não repassar a Caixa Econômica Federal, os valores referentes aos convênios de empréstimos consignados dos funcionários públicos.

Segundo o processo, a prefeitura deixou de repassar R$167.043,10, dos servidores da prefeitura, e R$75.766,74, do Instituto de Previdência Social de São José da Laje.

No entanto, ainda de acordo com o Tribunal de Contas do Estado, esse valor teria sido retido na folha de pagamento do servidor, e por tanto, o trabalhador já deveria estar com a dívida quitada, por já haver recebido com os devidos descontos.

Ao contrário disso, os servidores acabam tendo seus nomes incluídos no Serasa e SPC, pelo fato de a prefeitura não ter repassado o valor ao banco.

O BR104 tentou contato com a prefeitura de São José da Laje, mas até o fechamento dessa matéria não recebemos nenhum posicionamento.

Outros municípios

Além da prefeitura de São José da Laje, deixaram de repassar os valores as prefeituras de Cacimbinhas (R$ 25.939,40), Maragogi (R$ 340.825,30), o Instituto de Previdência de Jacuípe (R$ 29.868,92) e o Instituto de Previdência de Atalaia (R$ 214.550,60), Anadia (R$192.703,28), Colônia Leopoldina (R$ 370.339,99),Porto Real do Colégio (R$ 205.006,13), Tanque d’Arca (R$ 117.111,41).

As Câmaras Municipais de Quebrangulo (R$ 5.751,75) e Murici (R$ 23.452,44), também estão listadas no processo.

União dos Palmares

A direção do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de União dos Palmares (SINTPMUP) esteve no Ministério Público e na Câmara de Vereadores, onde fez uma denúncia formal contra o prefeito Areski Freitas. Eles acusam o gestor municipal de apropriação indébita.

Os servidores relatam que tiveram uma surpresa quando foram tentar adquirir um empréstimo consignado, que vem descontado no contra-cheque, pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. É que o convênio entre os bancos credores e a Prefeitura está suspenso por falta de pagamento.

Segundo o presidente do SINTPMUP, Tita, o motivo da suspensão é que a prefeitura não repassou o valor descontado nos salários dos servidores aos bancos credores. Ainda segundo Tita, o dinheiro é descontado no contracheque do funcionalismo.

“Recebemos diariamente várias reclamações de servidores revoltados com essa situação. Muitos deles precisam adquirir empréstimo, pois são muitas despesas no início de ano”, disse sindicalista, acrescentando que existem ainda servidores com familiares doentes e que precisam do dinheiro para custear o tratamento.

Tita frisou que oficializou a denúncia ao MP e à Câmara de Vereadores e aguarda que a situação seja resolvida.